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Trabalhadores fazem greve de fome em protesto contra o Estado turco


Há mais de 80 dias que Kemal Gun, trabalhador turco aposentado de 70 anos de idade, está realizando uma greve de fome em protesto ao Estado turco e ao governo de Recep Tayyip Erdogan. O protestou já fez com que emagreça 20 kg, colocando-o em uma situação crítica.


Kemal é pai de dois militantes comunistas do DHKP-C [1] e exige que o Estado entregue os restos mortais de um deles, Murat Gun, morto no dia 7 de novembro por conta de um bombardeio do Estado na cidade curda de Dersim. 11 militantes da organização foram mortos na ocasião e seus corpos permaneceram obstruídos pelo governo turco.


Após muitos protestos, o Estado liberou o corpo de dois militantes: Bunyamin Kiliç’s e Turcer Ayaz’s. Entretanto, Kamel e outras famílias continuam sem acesso aos ossos de seus falecidos filhos, impossibilitando-os de enterrá-los e prestar-lhes as devidas homenagens.


Em uma carta enviada para nós, um militante do DHKP-C denuncia o recrudescimento repressivo de caráter fascista em curso na Turquia, posto em prática por Erdogan. Ele diz: “(...) após a tentativa de golpe militar em 15 de julho, o fascismo do AKP [2] administrou o país por decreto durante meses. Neste período, atacaram todas as esferas da vida. Despediram mais de 10.000 funcionários públicos de universidades, escolas primárias, hospitais e do sistema de justiça (...)’’.


Sabe-se também que o governo turco, dado o contexto de uma tentativa de golpe militar frustrada, se utilizou da situação para perseguir direitos políticos de adversários; fechar jornais e mídias opositoras e avançar com a repressão policial e a prisão em massa de militantes das classes trabalhadoras e de minorias étnicas que existem na Turquia, sobretudo os Curdos.


Com as demissões em massa e a repressão feroz, mais dois trabalhadores turcos, Nuriye Gulmen e Semih Ozakça, também entraram em greve de fome, que já dura mais 60 dias. Ambos começam a ficar com a saúde seriamente debilitada.


Na carta em que denuncia estes fatos, o militante turco conclama todas as pessoas progressistas, democráticas e de esquerda do Brasil para somarem-se às denúncias e construírem uma campanha de solidariedade aos três camaradas turcos e contra o recrudescimento fascista em curso na Turquia.


Notas:

[1] DHKP-C (Devrimci Halk Kurtuluş Partisi-Cephesi) significa Partido da Frente de Libertação Popular Revolucionária e é uma organização marxista-leninista atuante na Turquia desde 1978. Possuem forte inserção nos bairros periféricos de Istambul e Ankara.

[2] AKP (Adalet ve Kalkinma Partisi) significa Partido da Justiça e Desenvolvimento. É o Partido de Erdogan e governa a Turquia desde 2003.

Por Guilherme Nogueira

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