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Paramilitares e fazendeiros massacram indígenas no sul do MS


Por volta das 9h da manhã de ontem (14), centenas de pistoleiros e fazendeiros organizados de forma paramilitar atacaram a aldeia Tey Jusu, do povo Guarani Kaiowá, na zona rural de Caarapó, localizado no cone sul do Mato Grosso do Sul. Foram mobilizados para o ataque cerca de 200 carros, caminhonetes, motocicletas, cavalos e retroescavadeiras para massacrar os indígenas e destruir o pouco que ainda lhes sobrava. O ataque feito pelos paramilitares foi uma reação à retomada realizada no último domingo (12), por parte de 100 famílias indígenas sobre a Fazenda Yvu, que incide sobre o território tradicional Tey’i Kuê.


O jovem líder indígena e agente de saúde do povo Guarani Kaiowá, Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza Kaiowá, foi assassinado com dois tiros na cabeça e morreu na hora, durante o massacre. Cerca de 10 indígenas foram gravemente feridos a tiros e encaminhados para hospitais da região. Todos correm risco de vida, incluindo uma criança de doze anos, Josiel Benites Kaiowá, que fora atingida por disparos no abdômen. Apesar de todo sangue derramado pelos paramilitares, muitos dos familiares de indígenas que retomaram o território tradicional fugiram e seguem dispersos na Fazenda Yvu. Organizações democráticas em defesa dos Guarani Kaiowá, como o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), Aty Guasu e outros temem ainda mais derramamento de sangue nas próximas horas.


O recente massacre e os novos massacres que poderão vir a ocorrer na fazenda que incide sobre o território tradicional ocorre num contexto de enorme criminalização dos povos indígenas do Mato Grosso do Sul, bem como de suas organizações democráticas. Num momento político marcado pela ascensão fascista (a qual é encabeçada também pela classe latifundiária e pelo agribusiness), as forças políticas anti-indígenas do MS pretendem a criação da ilegítima “CPI da CIMI”, “CPI da Funai”, etc. para acusar de “corrupção”, dentre outras acusações absurdas, os organismos do Estado e as organizações democráticas que se colocam em defesa dos povos originários. Em resposta aos absurdos dos deputados ruralistas, as organizações democráticas propõem a criação da CPI do Genocídio, que almeja a investigação e apuração dos assassinatos e massacres contra os povos originários, bem como a punição dos assassinos e de todos os seus responsáveis.


Por ocasião do ataque recente, lideranças anciãs da nação Guarani Kaiowá, representando cerca de 36 territórios indígenas do Mato Grosso do Sul, declararam um grande contra-ataque geral – no qual mobilizar-se-á entre 20 e 30 mil guerreiros Guarani Kaiowá – para resistir às violências dos fazendeiros e paramilitares e avançar na luta pelas retomadas dos territórios originários dos indígenas. A declaração feita pelas lideranças lembrou que um contra-ataque semelhante – mobilizando o mesmo contingente numérico de guerreiros Guarani Kaiowá – fora realizado no final do ano de 2011, obrigando o governo federal a dialogar com os guerreiros. Apesar disto, cinco anos após o conflito, nenhuma das reivindicações do povo originário foi atendida e os indígenas permanecem vítimas de um deplorável genocídio, padecendo sob miseráveis condições de existência, golpeado pela fome e a desnutrição infantil, pelo alcoolismo, suicídios e por doenças facilmente curáveis. Em Caarapó, por exemplo, na reserva indígena vizinha à retomada, uma população de 5 mil indígenas Guarani Kaiowá vive enfurnada em menos de 3,6 mil hectares de terra, num território cuja biodiversidade e mata nativa foram dizimadas, nascentes de rios foram contaminadas por pesticidas e outras substâncias químicas utilizadas nas lavouras, etc.


É de grande necessidade de todos os brasileiros amantes da paz e da democracia se colocarem em solidariedade aos povos indígenas em luta no Brasil, bem como repudiar todos os ataques realizados contra os povos originários por parte dos fazendeiros, algozes do povo brasileiro e lacaios do imperialismo estrangeiro.


por Alexandre Rosendo

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