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"Unidade da Classe e Unidade das Siglas"



O recrudescimento da ofensiva capitalista, desencadeada com a crise financeira, fez-se numa época de avançado desmantelamento das organizações de classe, marcadas por uma sucessão de reveses históricos. Da política eurocomunista de conciliação de classes ao pacifismo kruschevista, passando pela deslocalização de vastos sectores da indústria europeia para países asiáticos com a liquidação de importantes frentes da classe operária organizada (os mineiros ingleses, os operários fabris em França, no Norte de Itália, etc.), tudo concorreu para uma desarticulação profunda da classe em toda a Europa. No eclodir da crise, as organizações proletárias revolucionárias eram ínfimas, tinham uma correlação de forças profundamente desfavorável, e, em inúmeros países europeus, eram dirigidas por oportunistas, burocratas, agentes da burguesia, gente de aspirações pequeno-burguesas. Duas respostas se têm perfilado, no debate político à esquerda, sobre como enfrentar esta situação. A primeira, decididamente hegemónica, defende a união de todas as agremiações que se reclamem da esquerda, com a excepção dos partidos burgueses que porventura o façam, próximos da Internacional Socialista ou do seu espectro político. Esta forma de unidade visa contrabalançar, no plano eleitoral, o peso-monstro dos partidos burgueses, forçando reformas por via parlamentar. A unidade de esquerda chegaria ao Governo e poderia aplicar um programa mínimo – porquanto, no plano dos princípios, nenhuma questão fundamental separaria as forças políticas à esquerda dos PSs -, recuperando direitos desmantelados pela investida neoliberal e fazendo