"Se o Japão esquecer a lição, a humilhação certamente será repetida"
- NOVACULTURA.info
- 24 de abr.
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As autoridades japonesas decidiram que o orçamento militar para o ano fiscal de 2025 será o maior da história, alcançando 8 trilhões e 700 bilhões de ienes. Isso representa um aumento de aproximadamente 750 bilhões de ienes em comparação com o ano anterior. Nos últimos anos, os gastos militares do Japão têm aumentado constantemente. O orçamento militar para o ano fiscal de 2023 teve um grande aumento em relação ao ano anterior, e o orçamento para 2024 também cresceu 16,5% em comparação com o ano anterior.
Em 2021, os gastos militares do Japão já ocuparam a nona posição no mundo. O aumento contínuo dos gastos militares está relacionado com as ambições imprudentes do Japão em se tornar uma potência militar. O governo japonês decidiu que o total de gastos militares nos próximos cinco anos, a partir de 2023, será de 43 trilhões de ienes e anunciou que, até o ano fiscal de 2027, os gastos militares serão aumentados para mais de 2% do PIB.
Em 2022, o Ministério da Defesa do Japão apresentou uma "meta de fortalecimento da defesa em duas etapas" com um prazo de 10 anos. De acordo com essa meta, nos primeiros cinco anos até 2027, o Japão buscará "garantir a capacidade de impedir e repelir invasões em seu território", e na segunda etapa, de 2027 a 2032, o Japão pretende "adquirir a capacidade de responder a ameaças mais distantes e mais rapidamente". Isso sugere que os gastos militares do Japão continuarão aumentando a longo prazo.
O que as autoridades japonesas proclamam como "dissuasão contra invasões ao território nacional" ou "capacidade de defesa para responder a ameaças distantes" revela-se, na realidade, um pretexto enganoso e descarado — algo que os acontecimentos atuais comprovam claramente.
Em 2022, o Japão revisou três documentos-chave de sua política de defesa: a Estratégia de Segurança Nacional, a Estratégia de Defesa Nacional e o Plano de Desenvolvimento da Capacidade de Defesa. Neles, foi oficialmente incluída a chamada "capacidade de contra-ataque", ou seja, a habilidade de atacar bases inimigas, o que marca uma guinada para uma postura de ataque preventivo.
Com isso, o Japão tem desenvolvido e implantado vários sistemas de ataque preventivo, além de adquirir em grande escala mísseis de cruzeiro de longo alcance ar-terra e mísseis balísticos de médio alcance dos Estados Unidos. Também está em andamento a introdução de aeronaves de transporte de grande porte para permitir a mobilidade das Forças de Autodefesa para fora do território nacional, e recentemente foi criado até um "Comando de Transporte Marítimo das Forças de Autodefesa".
Além disso, o Japão tem intensificado o desenvolvimento conjunto de armamentos e os exercícios militares combinados com países membros da OTAN, aumentando gradualmente sua capacidade de guerra real. Nesse contexto, surgiu um Comando Integrado de Operações Conjuntas capaz de comandar de forma coordenada as forças terrestres, marítimas e aéreas das Forças de Autodefesa.
O fato de que essas mudanças ocorrem já na fase em que o Japão diz estar apenas "garantindo uma capacidade de defesa para impedir e repelir invasões" revela a verdadeira natureza dessa iniciativa: uma transformação clara das Forças de Autodefesa em forças de ataque e agressão.
Na verdade, o chamado "fortalecimento da capacidade de defesa" é, na essência, um plano para reforçar a capacidade de travar guerras. O aumento do orçamento militar está diretamente voltado para esse objetivo — uma realidade que não pode ser negada por nenhum pretexto.
Por trás dessa escalada do militarismo japonês, especialmente nos últimos tempos, está o apoio dos Estados Unidos, que desempenha um papel crucial nesse processo.
Atualmente, os Estados Unidos estão tentando usar o Japão como força de choque para a implementação de sua Estratégia do Indo-Pacífico. Para isso, estão posicionando armamentos de guerra, incluindo mísseis de médio alcance, nas ilhas japonesas e reorganizando o Comando das Forças Armadas dos EUA no Japão em um comando militar integrado, com o objetivo de promover uma coordenação mais estreita com as Forças de Autodefesa do Japão.
Os fanáticos militaristas japoneses veem isso como uma oportunidade de ouro para tentar realizar o antigo sonho da "Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia Oriental". Esse é o pano de fundo das atuais tentativas do governo japonês de revisar a Constituição, bem como da normalização do envio das Forças de Autodefesa ao exterior sob o pretexto de "apoio" humanitário ou logístico.
O Japão deve lembrar-se da humilhante derrota que sofreu ao se autoproclamar "líder da Ásia" e se lançar em uma campanha de agressão ao continente na primeira metade do século passado.
Esquecer as lições da história só levará a uma humilhação ainda mais severa no futuro.
por Un Jong Chol, no Rodong Sinmun
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