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"Bloqueio contra Cuba: a morte é muito mais que uma cifra"


Seguramente você leu a respeito ou escutou falar alguma vez da guerra econômica que o governo dos Estados Unidos mantém contra Cuba há mais de 60 anos.

 

É muito provável que a palavra bloqueio esteja mais próxima de você porque muitas pessoas no mundo levantaram sua voz contra esta política desumana. A cada ano, a Assembleia Geral das Nações Unidas apoia por imensa maioria uma resolução da Maior das Antilhas contra o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pela Casa Branca.

 

Porém, nem sempre se conhece completamente a profundidade dessa estratégia de genocídio, que busca dobrar um povo, obrigar-lhe, mediante carências de todo tipo, a mudar seu sistema político, eleito pela maioria dos cubanos.

 

No informe apresentado por Cuba à Assembleia Geral das Nações Unidas em 2023 sobre os prejuízos provocados pelo bloqueio econômico, explica-se que o embargo causou perdas no setor da saúde no valor de US$ 239,8 milhões.

 

Os danos acumulados nos serviços do segmento, durante mais de seis décadas de aplicação, ascendem a US$ 3,6 bilhões.

 

Crianças, as primeiras vítimas

 

A situação, que recrudesceu desde 2019 por conta do governo Donald Trump, impacta severamente a compra dos insumos necessários para o tratamento do câncer, principal causa de morte de meninos e meninas cubanas de um a quatro anos.

 

Em média, a cada ano, cerca de 450 crianças e adolescentes são diagnosticados com a doença que constitui, além disso, a segunda causa de morte no grupo etário dos cinco aos 19 anos, de acordo com o portal Cubadebate.

 

A mais recente edição do Anuário Estatístico de Saúde, com dados de 2022, indica que, no período, foram detectados 370 casos novos no país (0,5% do total de casos diagnosticados), e morreram 137 pacientes (0,5% da mortalidade total).

 

A média anual de casos detectados em menores de idade oscila entre 300 a 400 casos.

 

Esta enfermidade em meninos e meninas constitui um problema de saúde e uma prioridade do Estado e do governo e se encontra incorporada ao Programa Integral para o Controle do Câncer. No entanto, apesar dos esforços, as cifras revelam os efeitos da política agressiva estadunidense sobre o controle e tratamento da moléstia.

 

Cuba possui nove centros especializados, que dispõem da capacidade necessária para atender e garantir de forma gratuita o diagnóstico e o tratamento de todos os pacientes. A dificuldade reside na aquisição de tecnologias de vanguarda e de medicamentos que poderiam salvar centenas de vidas.

 

A sobrevida das crianças com o tratamento onco-específico aplicado chegou a atingir cifras acima de 80%. Mas o bloqueio, agravado a cada dia, obrigou a uma mudança nos protocolos de tratamento, reduzindo essa possibilidade para 60%.

 

Podemos citar, entre as variantes mais frequentes da doença, a leucemia, os linfomas Hodgkin e Não Hodgkin e os tumores do sistema nervoso central.

 

O tratamento do linfoma de Hodgkin para uma criança ultrapassa os US$ 160 mil. O tratamento completo do Gioblastoma Multiforme custa US$ 500 mil. Em Cuba, não custa um centavo aos pacientes, nem esta cura nem nenhuma outra porque o sistema de saúde é gratuito, inclusivo e universal.

 

Um caso concreto

 

O informe apresentado por Cuba na ONU sobre os efeitos do bloqueio destaca a história de uma menina de apenas seis anos:

 

“Deveu-se realizar uma intervenção cirúrgica para extrair-lhe parcialmente um tumor de grau 4 alojado na área intracraneal. Embora tenha se garantido o tratamento de quimioterapia para combater o tumor, não foi possível administrar-lhe a Lomustina, medicamento ao qual não se tem acesso devido ao bloqueio e que funciona como primeira linha para este tipo de tumores de alto grau que afetam o sistema nervoso central. Atualmente, a paciente encontra-se em recaída e está sob aplicação de um esquema de resgate. Para esta pequena, como para outras crianças cubanas, o bloqueio segue marcando a diferença entre a vida e a morte”, como resenha Cubadebate.

 

De fato, entre 1º de março de 2022 e 28 de fevereiro de 2023, a empresa MediCuba encaminhou 69 pedidos a companhias dos Estados Unidos para acessar a recursos e demais insumos necessários no sistema nacional de saúde, em particular para o Instituto de Neurologia e Neurocirugia e para o Instituto de Oncología e Radiobiologia. Três delas responderam negativamente: Termo Fisher Scientific, New England Biolabs y Agilent Technologies. Das outras 64 nem resposta veio.

 

Nada justifica esta política. As crianças que desafiam o câncer a cada dia merecem a oportunidade de sobreviver. Merecem o acesso aos tratamentos completos, sem que medeiem as decisões políticas, nem barreiras construídas para que a fome, a doença e a morte abram o caminho para as “canhoneiras” ianques.

 

por Raúl Antonio Capote, no Brasil de Fato

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