Zhdanov: "Literatura Soviética: a mais rica em ideias, a literatura mais avançada"

Camaradas, em nome do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética (Bolchevique) e do Conselho do Comissariado do Povo das Repúblicas Socialistas Soviéticas, permitam-me comunicar ao primeiro Congresso de Escritores Soviéticos e a todos os escritores da nossa União Soviética com o grande autor proletário, Maksim Górki, às suas brilhantes saudações bolcheviques.
Camaradas, seu congresso é conveniente em uma época onde as principais dificuldades nos confrontando no trabalho da construção socialista já foram superadas, quando nosso país terminou de estabelecer as bases de uma economia socialista – conquistas que vão lado a lado da vitória da política de industrialização e da construção das fazendas coletivizadas.
O congresso de vocês é conveniente em uma época quando sob a liderança do Partido Comunista, sob a orientação genial de nosso grande líder e professor, Camarada Stalin, o sistema social finalmente e irrevogavelmente triunfou em nosso país. De forma consistente, avançando de uma etapa para a seguinte, de vitória a vitória, do Inferno da Guerra Civil ao período de restauração e do período da restauração à reconstrução socialista de toda a economia nacional, nosso Partido liderou o país à vitória sobre os elementos capitalistas, destituindo-os de todas as esferas da vida econômica.
A URSS se tornou um país industrial avançado, um país cuja agricultura socialista é organizada sob o nível da mais larga escala do mundo. A URSS se tornou um país no qual nossa Cultura Soviética está crescendo e se desenvolvendo em um esplendor exuberante.
A vitória do sistema socialista no nosso país resultou na abolição das classes parasitárias, abolição do desemprego, abolição do pauperismo no campo, abolição das favelas urbanas. O aspecto inteiro da terra soviética mudou. A mentalidade de seu povo foi radicalmente alterada. Os “personagens ilustres” de nosso país são os próprios construtores do socialismo, os operários e as fazendas coletivas.
Intimamente ligado com as vitórias do socialismo em nosso país é o fortalecimento da posição da URSS internamente e na política externa, o crescimento de seu peso e autoridade em questões internacionais, o aumento da sua importância como a tropa de choque do proletariado mundial, como um poderoso baluarte da revolução proletária mundial.
No 17º Congresso de nosso Partido, Camarada Stalin fez uma análise magistral, inigualável de nossas vitórias e dos fatores que as condicionaram, de nossa posição no tempo presente e do programa para trabalho futuro em completar a construção de uma sociedade socialista sem classes. O Camarada Stalin fez uma análise exaustiva dos aspectos atrasados de nosso trabalho e das dificuldades que nosso Partido, e sob sua liderança, as milhões de massas fortalecidas da classe operária e do campesinato das fazendas coletivas, estão travando uma luta incansável e cotidiana para superar.
A todo custo, devemos superar o estado atrasado de tais ramos vitais da economia nacional como o transporte ferroviário e de água, circulação de mercadorias, metalurgia não ferrosa. Devemos travar todos os esforços para desenvolver a pecuária, que se constitui como um dos setores mais importantes da agricultura socialista.
Camarada Stalin desnudou as próprias raízes de nossas dificuldades e deficiências. Elas resultam do fato que nosso trabalho organizacional prático não acompanha o nível que é exigido pela linha política do Partido, às exigências que o Segundo Plano Quinquenal nos confronta. É por isso que o 17º Congresso do Partido nos define a urgente tarefa de aumentar nosso trabalho organizacional para que ele chegue ao nível dessas enormes tarefas políticas que estamos encarando. Sob a liderança do Camarada Stalin, o Partido está organizando as massas para uma luta pela liquidação final dos elementos capitalistas, para superar os resquícios capitalistas na vida econômica e na consciência do povo, a fim de completar a reconstrução técnica da economia nacional. Superar os resquícios capitalistas na consciência do povo implica em lutar contra todo resquício de influência burguesa sobre o proletariado, contra a debilidade, contra a vadiagem, contra dissoluções pequeno-burguesas e individualismo, contra qualquer atitude de corrupção e desonestidade para com a propriedade pública.
Temos em nossas mãos a arma correta para a superação de todas as dificuldades que se interpõem em nosso caminho. Essa arma é a grande e invencível doutrina de Marx, Engels, Lenin e Stalin, encarnada na vida pelo nosso Partido e pelos Sovietes.
A poderosa bandeira de Marx, Engels, Lenin e Stalin triunfou. É pela vitória dessa bandeira que devemos o fato que o Primeiro Congresso de Escritores Soviéticos se reúne aqui. Não fosse por essa vitória, o congresso de vocês não estaria ocorrendo. Um congresso de tal magnitude como este pode ser convocado apenas por nós, Bolcheviques.
A chave para o sucesso da literatura soviética deve ser procurada no sucesso da construção do socialismo. Seu crescimento é uma expressão dos sucessos e conquistas de nosso sistema socialista. Nossa literatura é a mais jovem de todas as literaturas de todos os povos e países. E ao mesmo tempo, a mais rica em ideias, a mais avançada e a literatura mais revolucionária. Nunca antes houve uma literatura que organizasse os trabalhadores e oprimidos, para a luta pela abolição, de uma vez por todas, de toda forma de exploração e do jugo da escravidão assalariada. Nunca antes houve uma literatura que baseasse seus temas na vida da classe operária e do campesinato e na sua luta pelo socialismo. Em nenhum lugar, em nenhum país do mundo, houve uma literatura que defendesse e endossasse os princípios de direitos iguais para os trabalhadores de todas as nações, o princípio de direitos iguais para mulheres. Não há, e não pode existir haver em países burgueses uma literatura que constantemente ataque todo tipo de obscurantismo, todo tipo de misticismo, sacerdócio e superstição, como nossa literatura vem fazendo. Apenas a literatura soviética, que está ligada à construção socialista, poderia se tornar, e de fato se tornou, tal literatura tão rica em ideias, tão avançada e revolucionária.
Os autores soviéticos já criaram vários trabalhos espetaculares, que correta e honestamente retratam a vida de nosso país soviético. Já existem diversos nomes dos quais podemos ser, e com justiça, orgulhosos. Sob a liderança do Partido, com a orientação cuidadosa e diária do Comitê Central e a ajuda e o apoio incansável do camarada Stalin, todo um exército de escritores soviéticos se mobilizaram em torno do Poder Soviético e do Partido. E à luz dos sucessos de nossa literatura soviética, vemos se destacar ainda mais todo o contraste entre nossos sistemas, o vitorioso sistema socialista, e o sistema do capitalismo moribundo, decadente.
De que pode o autor burguês escrever, de que pode ele sonhar, que fonte de inspiração ele pode achar, de onde ele pode pegar emprestado sua inspiração, se o operário nos países capitalistas não tem certeza do amanhã, se ele não sabe se terá trabalho no dia seguinte, se o camponês não sabe se ele vai trabalhar em seu pedaço de terra amanhã ou se sua vida será arruinada pela crise capitalista, se o trabalhador intelectual não tem emprego hoje e não sabe se vai ter algum amanhã?
Do que pode o autor burguês escrever, que fonte de inspiração pode ter para ele, quando o mundo está sendo precipitado mais uma vez, se não hoje, então amanhã, para o abismo de uma nova guerra imperialista?
O atual estado da literatura burguesa é tal que não mais é capaz de criar grandes trabalhos artísticos. A decadência e desintegração da literatura burguesa, resultando do colapso e decadência do sistema capitalista, representa um traço característico, uma característica peculiar do estado da cultura e literatura burguesas na vida atual. Não se retornará mais aos tempos quando a literatura burguesa, refletindo a vitória da revolução burguesa sobre o feudalismo, era capaz de criar grandes trabalhos da época quando o capitalismo estava nascendo. Tudo agora está crescendo de forma atrofiada-temas, talentos, autores, heróis.
Sob o medo mortal da revolução proletária, o fascismo está provocando sua vingança à civilização, jogando as pessoas aos períodos mais hediondos e selvagens da história humana, queimando na fogueira e barbaramente destruindo os trabalhos das melhores mentes da humanidade. Características da decadência e declínio da cultura burguesa são as orgias de misticismo e superstição, a paixão por pornografia. Os “personagens ilustres” da literatura burguesa – daquela literatura burguesa que vendeu caneta ao capital – são agora ladrões, detetives policiais, prostitutas, brigões.
Tudo isso é característico daquele segmento da literatura que está tentando esconder o declínio do sistema burguês, que em vão vem tentando provar que nada aconteceu, que tudo vai bem no “reino da Dinamarca”, que nada se apodrece no sistema capitalista. Esses representantes da literatura burguesa que sentem o estado de coisas de forma mais aguda, são absorvidos em pessimismo, dúvida do amanhã, elogio da escuridão, exaltação do pessimismo como da teoria e prática da arte. E apenas uma pequena seção – os mais honestos e sagazes – estão tentando encontrar um tipo de arte em outros caminhos, em outras direções, ligando seus destinos com os do proletariado e sua luta revolucionária.