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Unidade da classe operária contra o avanço anticomunista (...)


As transformações recentes no cenário político nacional estão causando uma verdadeira confusão no conjunto da esquerda brasileira. O avanço da intervenção imperialista nos assuntos políticos do país é visível, já que os monopólios internacionais não se contentam em apenas avançar sobre a economia nacional, necessitando também de mudanças políticas efetivas que garantam de maneira mais tranquila a manutenção dos seus interesses.


Sabendo que o PT, nesses pouco mais de 12 anos que administra o governo brasileiro, aplicou muitas medidas que eram orientadas pelo imperialismo, o que justifica tal intervenção? O imperialismo sabe que o PT, mesmo com todas as transformações ideológicas que sofreu (de partido pequeno burguês de fachada radicalóide se converteu em uma organização que expressa os interesses da média burguesia brasileira), tal organização ainda possui uma base social e hegemonia nos principais movimentos de massa do país. O imperialismo, atolado em grave crise estrutural desde 2008, sabe que para ampliar ainda mais sua taxa de lucro, precisa necessariamente remover os “entulhos” que restam e constituem, de forma ou de outra, um freio ao avanço para a melhor consecução de seus interesses. Nesse processo, não poupam esforços nem mesmo em passar por cima dos movimentos comportados, reformistas e revisionistas. A ofensiva desse setor, portanto, não pode ser considerado um mero “ataque contra o PT”, mas sim contra o movimento popular como um todo. O movimento que ataca o PT, o chamando de partido “comunista”, é o mesmo que ataca todas as outras organizações de esquerda, nas suas mais variadas tendências.


Certos setores da esquerda, igualmente reformistas e revisionistas, mas que utilizam de um vocabulário pseudorradical, tem dificuldades de entender coisas tão óbvias. Acreditam que o imperialismo e as classes dominantes atuam de maneira espontânea nos conflitos políticos e não sabem trabalhar para atacar o movimento popular em todos os campos em que isso for possível. No afã de criticar por criticar a gerência petista e, principalmente, subestimando a ascensão do movimento conservador e reacionário, acabam cumprindo o papel de aliados objetivos deste último.


Esses elementos desconhecem – ou fingem desconhecer, o que é mais provável – a história de nosso país. São os primeiros que se iludem com a “solidez da democracia brasileira”, bandeira tão apregoada pelos reformistas e revisionistas que participam do governo. Ora, o que a história brasileira demostra é que as classes dominantes possuem uma larga tradição na aplicação de golpes e maquinações contra governos, mesmo quando esses governos serviram em alguma medida seus interesses; isso porque as classes dominantes e o imperialismo temem até mesmo a ascensão de forças burguesas nacionais de caráter mais moderado.


Os setores mais reacionários da oposição ao governo, que há poucos anos atrás não conseguiam colocar 20 pessoas nas ruas, hoje em dia já realizam manifestações com caráter mais massivo. A esquerda assiste o crescimento desse fenômeno sem tomar as medidas de defesa exigidas, evitando preparar a classe operária e as massas populares para o combate efetivo contra toda forma de reação mais extremada. Para que não se revele ao povo sua total desconexão com o movimento operário e camponês, bradam sobre a necessidade de “criar um terceiro caminho”, mas não explicam como vão fazer isso sem os movimentos de massa que estão sob direção do petismo e que sozinhos são dezenas de vezes mais significantes do que todos esses partidos pequeno burgueses “esquerdistas” somados. Pelo visto, acreditam ser possível fazer revolução sem o povo.


Ainda tentando justificar suas teses, a esquerda da pequena-burguesia afirma que “o PT também ataca o povo”. Confundem o governo do PT, com o PT enquanto partido político, que possui várias tendências internas, e uma direção com vários elementos dessas tendências. Sim, é verdade que as alas mais influentes do PT respaldam as medidas tomadas pelo governo, ainda que se utilizem dos mais variados elementos retóricos para justificá-las, mas existem muitos setores, de base, que fazem oposição às medidas antipopulares. Será que sobre partidos como PSDB e DEM (para ficarmos apenas no âmbito dos partidos políticos) podemos falar a mesma coisa? Seria correto tratar todo o conjunto do petismo como inimigo principal dos trabalhadores, deixando de lado o necessário combate ao fascismo, suas organizações, bem como o monopólio de imprensa, totalmente atrelado ao imperialismo?


É importante ressaltarmos a crescente intervenção imperialista nos assuntos internos do país. As manifestações do dia 15 de março, por exemplo, contaram com a participação de movimentos que são abertamente financiados por instituições estrangeiras pró-imperialistas, fato bastante denunciado por alguns jornalistas. É evidente que o imperialismo norte-americano, em um contexto de profunda crise, busca empreender uma nova ofensiva neocolonial contra os povos, especialmente contra os países dependentes, aumentando ainda mais os superlucros para seus grupos monopolistas. Os recentes ataques contra a estatal Petrobrás, longe de representarem uma genuína preocupação desses elementos com os problemas da corrupção, visam apenas promover o desprestígio da empresa, justificando o seu sucateamento e posterior privatização.


Com todos esses problemas, não podemos deixar de demonstrar o papel objetivo cumprido pelo petismo e pelo revisionismo. Os 12 anos de governo petista, em aliança com revisionistas (PCdoB) e partidos burgueses tradicionais, criou um ambiente político propício para o avanço do fascismo. Ao mesmo tempo que aplicavam uma série de medidas de caráter pró-imperialista e reacionários (reformas estruturais antipopulares, como a reforma da previdência, manutenção do tripé econômico neoliberal, etc.), adotaram medidas tímidas de assistência social – sempre seguindo cartilhas das instituições do imperialismo, como FMI e Banco Mundial. As classes dominantes brasileiras são tão reacionárias e retrogradas que enxergam negativamente até pequenas mudanças como essa, o que por si só demonstra sua mediocridade e decadência ideológica.


As forças do petismo e do revisionismo semeiam a ilusão de que o “país vai bem” e que a democracia no país avança, ao passo que o extermínio da juventude pobre e negra, nas favelas, e o assassinato de lideranças no campo, continuam e até se intensificam. Isso abre margem para que a insatisfação contra o PT aumente até mesmo em locais onde o partido possui uma influência. Os revisionistas, descaracterizando o papel fundamental de um Partido Comunista numa sociedade onde a burguesia e o latifúndio detêm o poder político, transformaram sua organização em uma mera máquina eleitoral, que se contenta em obter cargos no âmbito das administrações públicas do Estado reacionário, em suas diversas esferas. Utilizando o nome do “comunismo”, contribuem com a desmoralização do ideal comunista perante as massas.


A URC, organização que luta pela reconstituição de um Partido Comunista marxista-leninista em nosso país, tem a plena noção de que o petismo não pode travar essa luta de maneira correta, dado o seu caráter de classe e suas concepções ideológicas. Porém, acreditamos que seria extremamente incorreto defendermos uma pseudo neutralidade frente a essa polarização concreta que se manifesta no cenário político atual. Para nós, é necessário ter claro que o ascenso fascista e conservador, capitaneado pelos monopólios de comunicação, não representam simplesmente um ascenso contra o PT ou contra o governo Dilma Rousseff, mas sim contra toda a esquerda nacional, ou contra tudo que pareça ser de esquerda.


Embora certos grupos sectários se neguem a enxergar a realidade, a classe operária ainda encontra-se sob a hegemonia do petismo e do reformismo burguês, fato que não impede que os setores mais reacionários das classes dominantes nutram um raivoso ódio contra esses setores. O ódio de classe contra as massas populares é cada vez mais aberto e violento. Nessa contenda, nosso lado será sempre o lado dos oprimidos e explorados. Reorganizar e reconstruir o Partido Comunista (marxista-leninista), combatendo o fascismo, a vacilação e a reação das classes dominantes é a tarefa premente de todas as organizações e agrupamentos que lutam pela reconstituição do partido revolucionário do proletariado.



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