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"A promessa que mudou a história"

  • Foto do escritor: NOVACULTURA.info
    NOVACULTURA.info
  • há 3 horas
  • 2 min de leitura
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A noite era densa, carregada de sal e de presságios. O iate Granma se sacudia furiosamente sobre as águas do Golfo. Quase engolido pelas ondas, mal resistia ao peso dos sonhos e das armas. Aqueles sete dias de tormenta e náuseas, somados a um mar rebelde, pareciam conspirar contra os jovens expedicionários liderados por Fidel Castro.

 

Depois de um tempo, uma ordem rompeu a tensão: “A toda máquina rumo à costa!”. O casco raspou brutalmente contra o lodo, parando a 60 metros da margem. O silêncio do motor deu lugar ao arfar coletivo e ao chapinhar dos primeiros homens que se lançaram à água justamente por Los Cayuelos, local de Playa Las Coloradas, município de Niquero.

 

Nesse instante, a liberdade teve o peso frio do fuzil, a mochila encharcada e o barro que subia pelas botas. Começava a verdadeira prova.

 

O que do barco parecia terra firme era um pântano traiçoeiro, um terreno mole e sugador que se negava a soltar suas vítimas. O lodo, espesso e frio, agarrava-se às pernas, ameaçando engolir homens e esperanças.

 

Avançaram durante duas horas eternas na penumbra, com a água no peito, arrastando o corpo através daquele limo infernal. Não havia inimigo à vista; somente a própria terra, rebelde, hostil.

 

O amanhecer trouxe consigo um zumbido distante que logo se tornou estrondo: o disparo certeiro de uma arma pesada vinda do mar. Haviam sido avistados. O iate Granma, solitário e encalhado, era já um alvo seguro.

 

Depois vieram as rajadas do céu, cortando o ar sobre as cabeças dos 82 expedicionários. A fome e o cansaço extremo estavam escritos em cada rosto emagrecido, em cada músculo trêmulo.

 

Mas naqueles olhos, abraçados pelo esgotamento, ardia uma obstinação distinta, uma promessa feita carne, um juramento que havia sobrevivido ao naufrágio e agora desafiava o pântano e até as balas: ser livres ou mártires.

 

Naquele 2 de dezembro de 1956, a história de Cuba ganhou um novo impulso. Do barro de Los Cayuelos e da vontade inquebrantável daqueles 82 expedicionários surgiram as Forças Armadas Revolucionárias, herdeiras do caráter do Exército Rebelde, guardiãs de um país que aprendeu a forjar seu destino com as próprias mãos.

 

E desde aquele amanhecer tingido de pólvora e lodo, a façanha começou a crescer para além dos homens que a protagonizaram. Transformou-se em semente e bússola, legado vivo para as novas gerações.

 

Do Granma

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