"Pablo Milanés, ícone da Nueva Trova cubana"

O cantor e compositor cubano Pablo Milanés faleceu aos 79 anos. A morte o surpreendeu na Espanha, onde vive há anos com sua esposa, Nancy Pérez. O cantor e compositor estava prestes a fazer algumas apresentações que teve que suspender devido a sua internação. Ele planejava ir para o México e a República Dominicana.

Milanés foi hospitalizado “pelos efeitos de uma série de infecções recorrentes que nos últimos três meses afetaram seu estado de saúde”, foi informado em um comunicado quando a hospitalização foi conhecida. “Esta situação clínica é secundária a uma doença onco-hematológica que sofre há vários anos e que o obrigou a instalar-se em Madrid no final de 2017 para receber tratamento”, acrescenta o texto.

O artista nasceu em Bayamo, na província de Oriente, em 24 de fevereiro de 1943. Em 1964 integrou o quarteto Los Bucaneros. No ano seguinte, com “Mis 22 años”, iniciou sua carreira solo. Aos poucos voltou-se para as canções políticas e em 1968 conheceu Silvio Rodríguez pela primeira vez na Casa de las Américas, naquele que seria o preâmbulo de Nueva Trova.

A internacionalização da obra de Pablo não tardou; muitos identificaram sua obra com os processos sociais e políticos que aconteciam na América Latina e no Caribe, inclusive na Espanha, naquela época. Os shows de Silvio e Pablo na Argentina, logo após a restauração da democracia, são lembrados como um marco memorável na cultura do continente.

Canções como “Años”, “Yolanda” e “Yo pisaré las calles nuevamente” viraram hinos. Em 1988 ganhou o prêmio de melhor trilha sonora no Festival de Veneza pela música “Un señor muy viejo con unas alas enormes” de Fernando Birri, baseado no conto de Gabriel García Márquez. Em 2005, foi agraciado com o Prêmio Nacional de Música de Cuba.