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Trabalhadores morrem como moscas no país das leis anti-operárias


Dados recentes do Ministério Público do Trabalho (MPT) mostram um quadro, ainda que parcial, do massacre que sofre a classe operária brasileira. De 2012 a 2017, os operários brasileiros foram vítimas de 4,2 milhões de acidentes de trabalho, e um total de 14,4 mil perderam suas vidas. Ou seja, a cada 48 segundos um operário se acidenta, e a cada 3 horas e meia um operário morre em decorrência destes acidentes. Esse número já enorme e superior inclusive à população de muitos países do mundo, contudo, pode ser ainda maior, pois a OIT (Organização Internacional do Trabalho) estima que, no mundo, apenas um em cada sete acidentes de trabalho é notificado. Isso significa que é possível que, em apenas cinco anos, o Brasil tenha sido palco de cerca de 25 milhões de acidentes de trabalho, uma cifra que escancara as condições de trabalho medievais às quais são submetidas nossa classe operária.

Conforme o NOVACULTURA.info já descrevera no artigo “Como os acidentes nas empresas ilustram algumas leis do capitalismo”, as próprias leis do capitalismo já condicionam a insalubridade dos ambientes de trabalho e uma enorme quantidade de acidentes. Para que mantenham sua lucratividade em níveis elevados, os capitalistas economizam ao máximo seu capital na melhoria das condições de trabalho dos operários. Para que obtenham retornos mais rápidos do capital aplicado na compra de meios de produção, intensificam os ritmos de trabalho nas empresas e arriscam os trabalhadores a serem mutilados ou perderem suas vidas. Para isso, não agem apenas no âmbito das próprias empresas, mas se utilizam também do poder político do Estado burguês para atentar contra as condições de trabalho das massas operárias nas empresas. Todavia, num país semicolonial e semifeudal como o Brasil, tal fator é ainda mais acentuado: sendo o poder político do Estado controlado por uma burguesia compradora e por uma classe latifundiária, estas têm seus rendimentos ganhos no exterior e, portanto, pouco se interessam pelo desenvolvimento do mercado interno. Ainda que o país padeça de uma crise profunda na qual, em razão da miséria das massas, os capitalistas não podem vender suas mercadorias – ou só o fazem com muita dificuldade – e quebram, a fração hegemônica destes não se importa se a miséria ainda maior dos operários prejudicará seus lucros, pois têm seus mercados localizados no exterior. As próprias empresas do imperialismo, por exemplo, cada vez mais têm apenas se aproveitado da força de trabalho barata do proletariado brasileiro para exportar sua produção, tendo seus lucros aumentados por selvagerias como a Reforma Trabalhista ou a Lei da Terceirização.

Nesta semana, dias após o povo brasileiro ter seu rosto cuspido pelo aumento de 16% dos salários dos capitalistas burocráticos do STF, estes sacramentam a lei de dois anos atrás que permite que as empresas e o Estado terceirizem completamente a força de trabalho, cuja consequência não será senão o aumento ainda maior dos acidentes de trabalho, dado que os operários terceirizados respondem por 4 em cada 5 trabalhadores vítimas de acidentes.

Será provável que os 4,2 milhões de acidentes de trabalho (notificados!) destes últimos cinco anos serão multiplicados por 3, 4 ou 5? Seremos realmente um completo apêndice agrário das metrópoles, tão somente com maquiladoras, um país pobre com uma massa trabalhadora semi-escravizada?

A selvageria com a qual as classes dominantes avançam sobre as massas trabalhadoras exigem muito mais que indignação, mas um combate ativo, radical e permanente em defesa dos direitos povo.

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