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"Novo Secretário-Geral do PCI (Maoísta) pode iniciar novos ataques guerrilheiros"


Um desenvolvimento importante que poderia levar a uma mudança perceptível no curso do movimento revolucionário na Índia foi literalmente despercebido, já que o ultra-secreto Partido Comunista da Índia (Maoísta) conseguiu manter a liderança em segredo por mais de 20 meses.

O porta-voz do partido maoísta, Abhay, anunciou que Muppala Laxmana Rao, conhecido como Ganapathy, exonerou-se como o secretário geral do PCI (Maoísta) e que Namballa Kesava Rao, conhecido como Baswaraj, foi eleito para liderar o partido revolucionário em 10 de novembro. Essa confirmação chegou exatamente cinco dias depois que o Telangana Today deu a notícia a 5 de novembro. Abhay emitiu um comunicado de imprensa de duas páginas e em diferentes idiomas confirmando que Baswaraj substituiu Ganapathy.

O PCI (Maoísta), que continua a travar uma luta armada prolongada para alcançar a Nova Revolução Democrática (NRD) na Índia, mantém o maior sigilo, aparentemente para enganar agências de espionagem assistidas pela tecnologia e as forças de segurança bem equipadas para, assim, proteger sua liderança. A súbita revelação pegou as agências de surpresa quando Abhay cuidadosamente encobriu essa informação no elogio dado a Ganapathy por suas excelentes qualidades de liderança que permitiram ao partido revolucionário sobreviver nos momentos mais difíceis, à medida que as forças de segurança travavam uma guerra literal contra os quadros clandestinos em ações militares bem coordenadas, ao mesmo tempo em que recuperam o controle de grandes áreas do interior do domínio estratégico maoísta.

Substituindo Ganapathy

O comunicado de imprensa sustentou “no período de 25 anos, entre 1992 e 2017, Ganapathy desempenhou suas responsabilidades como o Secretário Geral...(sic)” enfatizando como o maior líder naxalita foi substituído. A nota de imprensa também mencionou que a 5ª conferência do Comitê Central discutiu a proposta de Ganapathy se afastar e, após a aceitação da proposta, decidiu eleger Baswaraj ao posto de Secretário Geral.

Neste sentido, o partido maoísta divulga a mudança de liderança acontecendo em fevereiro de 2017, como as agências souberam através de vários documentos maoístas que a 5ª conferência do Comitê Central (CC) foi realizada nesta data. Curiosamente, vários documentos apreendidos pelas agências de segurança por todo o país falaram sobre o status do movimento revolucionário na Índia, mas não mencionaram Ganapathy sendo substituído. Houve, no entanto, uma discussão detalhada sobre o uso dos serviços de "camaradas veteranos". Um documento de 30 páginas sobre as decisões tomadas na reunião de fevereiro lembrou que uma reunião anterior do CC, realizada em 2013, considerou que o comitê deveria tomar uma posição sobre a liderança envelhecida.

A propósito, a reunião do CC foi realizada somente após um intervalo de 4 anos e em 2017, decidiu “convocar os veteranos” a voluntariamente assumir a renúncia às responsabilidades para que os líderes mais jovens pudessem assumir as rédeas do partido. A perícia dos veteranos, decidiu o CC, deve ser usada de maneiras diferentes e que o partido também deve cuidar desses líderes.

Foi nesse espírito que Ganapathy parece ter se oferecido para renunciar ao posto de Secretário Geral, e seus colegas optaram por tornar Namballa Keshava Rao, conhecido como Baswaraj, como novo Secretário Geral. Keshava Rao vem da aldeia de Jiyannapet, no distrito de Srikakulam, e foi aluno do Colégio Regional de Engenharia (CRE), em Warangal (agora batizado como NIT-Warangal). Conhecido por ser extremamente experiente em tecnologia e igualmente forte em seu compromisso ideológico e ofício militar, Keshava Rao estava dirigindo a Comissão Militar Central (CMC) do PCI (Maoísta), enquanto também continua como membro do Comitê Central e da Secretaria Política.

Velho e doente

Curiosamente, o que não foi dito no comunicado de imprensa ou nos documentos do CC é que muitos dos líderes sênior entre os 19 grandes membros do CC estão sofrendo de diferentes doenças. Ganapathy, com cerca de 68 anos, acredita estar sofrendo de problemas no joelho, além de ser diabético. Também é o caso de Kishan Da (Prashanth Bose), que sofre de diabetes e de doenças relacionadas à idade. É também afirmado que outro líder veterano, Katakam Sudershan (Anand), sofre de problemas dentais e no joelho. Akkiraju Haragopal conhecido como Ramakrishna ou Saketh, Chandranna (Pulluri Prasada Rao), Sonu Abhay e Ravula Srinivas (Ramanna) foram declarados como estando em forma e livres de qualquer doença.

Impactos da mudança de liderança

Então como se dá o impacto da mudança de liderança no movimento revolucionário na Índia? Esta é a questão que tem chamado a atenção dos analistas entre as forças de segurança. Conhecendo a inclinação do novo Chefe dos Maoístas e suas capacidades no âmbito militar-inteligência, prevê-se que os quadros maoístas intensificariam os ataques militares em seus redutos.

Atualmente, o movimento naxalita no país vive sua pior fase com as forças de segurança ganhando uma vantagem e recuperando áreas no interior do controle maoísta. O partido revolucionário também admitiu que não conseguiu espalhar a atividade e o fervor revolucionários para áreas mais novas, mais ainda nas áreas urbanas, enquanto suas fortalezas vêm encolhendo.

Diferentes setores da sociedade como estudantes, trabalhadores, adivasis (nativos) e os setores desprivilegiados que ofereceram um completo apoio têm se distanciado do movimento naxalita, que agora está confinado em bolsões nas florestas de Dandakaranya, no sul de Chhattisgarh, partes de Maharashtra, Odisha, Jharkhand, Bihar, Bengala Ocidental, Madhya Pradesh, Andhra Pradesh e algumas outras áreas fronteiriças de Tamil Nadu, Karnataka e Kerala.

Violência Acelerada

A maioria dos ideólogos maoístas sempre acreditaram firmemente na teoria de que é necessário para os revolucionários iniciar e intensificar a Campanha Tática Contraofensiva (CTCO), quando a repressão do Estado está muito elevada. Intensificar CTCO, no linguajar maoísta, significaria uma violência acelerada em diferentes formas para neutralizar a iniciativa das forças de segurança através de emboscadas e ataques, e assassinatos direcionados e somente tal CTCO intensificado forneceria espaço para o movimento revolucionário crescer. Este é o argumento geral dos ideólogos.

Eles tomam o exemplo do ataque de Alipiri em Chandrababu Naidu, então Ministro-Chefe de Andhra Pradesh em 2003. O ataque da mina em Naidu - quando a repressão foi extremamente severa - havia mudado o curso político em Andhra Pradesh. Naidu havia convocado as eleições imediatamente após o ataque, na esperança de que ele participasse de uma onda de solidariedade, mas o Congresso liderado por YS Rajasekhara Reddy voltou ao poder depois de prometer manter negociações com o partido maoísta. A calmaria nas operações anti-extremistas devido ao cenário político alterado e as afirmações de que deveria haver conversas com os maoístas foram efetivamente usadas pelo partido revolucionário sitiado para se reorganizar e talvez se reorientar também.

No interregno, a maior liderança do PCI-ML (Guerra Popular) discutiu a ideia de se fundir com o Centro Comunista Maoista da Índia (CCMI), e a maior unificação das forças revolucionárias na Índia ocorreu em 2004 quando ambos os partidos se fundiram para formar o atual PCI (Maoísta). O resultado líquido foi que os rebeldes maoístas estabeleceram sua presença de forma muito eficaz em diferentes Estados e ampliaram suas atividades de tal forma que o ex-primeiro-ministro Manmohan Singh teve que descrever a atividade maoísta como o maior desafio para a segurança interna da Índia.

Estratégias e Táticas

E agora, Baswaraj, dizem os analistas de segurança, é um forte adepto dessa teoria de lançar um CTCO intensificado para neutralizar as iniciativas de contra insurgência. Considerando seu histórico comprovado de liderar a comissão militar e, assim, liderar o Exército Guerrilheiro Popular de Libertação (EGPL), a possibilidade da Índia testemunhar mais violência não pode ser descartada. O assassinato de Kidari Sarveswara Rao, um legislador tribal em Andhra Pradesh e de um ex-legislador, recentemente em Araku, e o súbito aumento de emboscadas contra as forças de segurança em Chhattisgarh podem apontar para essa direção. Outro ângulo interessante para a questão da mudança de liderança é porque o PCI (Maoísta) não a anunciou imediatamente. Outro líder maoísta do Comitê do Estado de Telangana afirmou recentemente que seu partido anunciaria as mudanças apenas em algum nível, já que não gostaria de expor seus líderes aos perigos das forças de segurança.

Ainda não está claro quais estratégias e táticas Baswaraj empregaria para rejuvenescer a base do grupo rebelde. Ele colocaria mais ênfase em ações militares sem dar uma olhada crítica nas mesmas velhas estratégias e táticas no cenário em mudança nos níveis político, social e econômico na Índia? Nós temos que esperar e assistir.

9 de Dezembro de 2018

Escrito por Alan Warsaw

Do telanganatoday.com

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