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MST ocupa latifúndio do Grupo Atalla no interior de São Paulo


A terça-feira amanheceu com mais um latifúndio ocupado em São Paulo. Cerca de 1000 Sem terra ocuparam a Usina Lambari, no município de Jaú um latifúndio com cerca de 1000 hectares, de propriedade do Grupo Atalla. A fazenda encontra-se abandonada e, no momento, está arrendada para a Raízen. Criada a partir da junção de parte dos negócios da Shell e da Cosan, a Raízen cresceu como empresa única. Atualmente é considerada uma das cinco maiores empresas em faturamento e está entre as três maiores distribuidoras de combustíveis do Brasil. Além disso, é a principal fabricante de etanol de cana-de-açúcar do país e a maior exportadora individual de açúcar de cana no mercado internacional. O Grupo Atalla possui diversas empresas em outros ramos, entre elas a Central Paulista de Açúcar e Álcool, localizada em Jaú (SP) e a Central de Açúcar e Álcool, em Porecatu (PR), ambas com filiais em todo o estado. O Grupo também é proprietário da Ciplan - Cimentos Planalto - que opera no ramo de cimentos e construção civil no Distrito Federal e da Central Paulista de Inseminação Artificial (Haras Atalla). Histórico do Grupo Atalla As usinas de açúcar e álcool do Grupo Atalla tiveram seu auge nos anos 70. Jorge Wolney Atalla - proprietário da Fazenda Usina Lambari -, foi o presidente de honra da Copersucar, maior exportadora brasileira de açúcar e etanol no mercado mundial. Atualmente, a Companhia é responsável pela exportação de 55% do açúcar e 60% do álcool produzidos no país. Jorge Wolney Atalla também foi um dos fundadores do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), criado para desenvolver variedades genéticas mais produtivas. No início, o CTC tinha a Copersucar como controladora única, mas hoje estão entre seus principais acionistas empresas como o Grupo Raízen, Odebrecht, São Martinho, Bunge, Tereos, Coruripe e Santa Terezinha. O Grupo Atalla foi um dos financiadores da Operação Bandeirantes (OBAN) em São Paulo. A OBAN foi o maior esquema de caça aos militantes de esquerda, tortura, assassinato e desaparecimento durante a ditadura civil-militar e era comandado pelo Exército. Não por acaso, nos anos 70, os governos militares concederam empréstimo de cerca de 300 milhões de dólares para o Grupo Atalla, com prazo a perder de vista e que nunca foram devolvidos aos cofres públicos. Cenário atual Parte das usinas em falência do grupo Atalla foram arrendadas para a Cosan e a Raízen - empresas que dominam a cadeia produtiva da cana-de-açúcar e etanol do país -, e também para Usina Equipav - um complexo de usinas, mineradoras, construtora, entre outros. Segundo informações de Sindicatos da região de Jaú, desde 2007 - quando parte das usinas foram arrendadas para a Cosan, - o Grupo Atalla demitiu mais de três mil trabalhadores no estado de São Paulo, sem acertar os direitos trabalhistas. Atualmente existem cerca de 700 ações judiciais movidas por trabalhadores contra o Grupo Attalla tramitando em duas Varas do Trabalho em Jaú. Entre os trabalhadores lesados estão cortadores de cana, trabalhadores da indústria química e alimentação (produção de açúcar e álcool), motoristas de transporte de cana e vigilantes. As demissões em massa se deram por conta do acordo de arrendamento entre o Grupo Atalla e o Grupo Cosan. A Cosan pagou antecipado por cinco anos de arrendamento para o Grupo Atalla, no entanto os trabalhadores não foram pagos. Sindicatos de Trabalhadores Rurais de Jaú, Mineiros do Tietê, Igaraçu e Barra Bonita denunciaram a empresa para o Ministério Público do Trabalho. Situação Judicial Segundo informações do Jornal da Cidade (Bauru) e Jornal do Comércio do Jaú, a Justiça do Trabalho de Jaú bloqueou contas bancarias do Grupo Atalla para pagamentos de rescisões de contrato de mais de 800 trabalhadores demitidos, atendendo liminar em ação civil pública da Procuradoria Regional do Trabalho de Bauru, da 15° Região. Em 2008, a liminar foi concedida pelo Juiz José Roberto Tomazzi, da 1° Vara do Trabalho da Comarca de Jaú. De acordo o procurador do Trabalho, Luís Henrique Rafael, aproximadamente R$ 2,5 milhões foram bloqueados das contas bancárias de empresas do Grupo Atalla. Após a Justiça determinar o bloqueio dos ativos financeiros do Grupo, esse valor foi repassado para uma conta judicial e esta à disposição da Justiça do Trabalho.


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