"Guerra Popular contra a Lei Marcial de Marcos Jr. no campo filipino"

As sucessivas declarações de “livre de insurgência” feitas pelos funcionários de Marcos Jr. e pelas Forças Armadas das Filipinas (AFP) nas últimas semanas fazem parte de uma grande campanha de desinformação e guerra psicológica. O objetivo é criar uma falsa imagem de que a resistência armada do povo filipino foi esmagada ou está prestes a ser derrotada e que não há mais nenhuma força capaz de defender-se contra as classes dominantes fascistas e exploradoras.
As Forças Armadas fazem a tola afirmação de que o Novo Exército Popular tem apenas uma “frente guerrilheira enfraquecida”. Repetidamente, alega que agora focará sua atenção em “ameaças externas”. No entanto, essas palavras são desmentidas pelas próprias ações das Forças Armadas, que continua realizando ofensivas de grande escala em todas as partes do país. Bilhões de pesos estão sendo desperdiçados diariamente em voos de helicópteros, bombardeios, disparos de artilharia, alimentação e pagamento dos salários de dezenas de milhares de soldados em sua tentativa inútil de esmagar as unidades guerrilheiras. Seu plano de “sistema integrado de defesa territorial”, que envolve o recrutamento em massa para a CAFGU (Força Geográfica Auxiliar das Forças Armadas), continua focado na militarização de vilas e comunidades.
Essas declarações enganam o público e obscurecem a imposição da lei marcial de Marcos no campo. Enquanto afirma que “não há mais Novo Exército Popular”, dezenas de milhares de tropas permanecem no interior do país, estacionadas em quartéis de batalhão em zonas guerrilheiras e distribuídas em milhares de destacamentos em vilarejos e comunidades, semeando medo e terrorismo entre a população.
Apesar de sua propaganda, a lei marcial ainda está em vigor em comunidades rurais de Ilocos Norte, Abra, Kalinga, Cagayan, Isabela, Bulacan, Aurora, Laguna, Quezon, Rizal, Mindoro Oriental, Mindoro Ocidental, Camarines Norte, Albay, Sorsogon, Masbate, Capiz, Aklan, Iloilo, Negros Ocidental, Negros Oriental, Samar do Norte, Samar do Leste, Samar, Surigao do Sul, Surigao do Norte, Agusan do Sul, Agusan do Norte, Bukidnon, Davao do Norte, Lanao do Norte, Saranggani, Cotabato do Sul e outras províncias.
O regime militar e a guerra de repressão conduzida no campo por Marcos Jr. e Forças Armadas são caracterizados pelo desprezo total aos direitos democráticos e pela violação do direito humanitário internacional. Vilarejos estão sob ocupação militar, e forças militares impõem pontos de controle, obrigam os moradores a assinarem registros de entrada e saída, proíbem os camponeses de trabalharem em seus campos, impõem toque de recolher, restringem a compra de arroz e alimentos, controlam o comércio e implementam outras medidas que limitam a circulação das pessoas.
A população sente intenso ódio pelos soldados que impõem seu domínio sobre as comunidades. Esses soldados fascistas frequentemente encorajam o uso de drogas, pornografia e prostituição, sendo uma influência prejudicial para os jovens. Muitas vezes, passam noites inteiras bebendo e disparam suas armas indiscriminadamente quando estão bêbados. Soldados estão envolvidos em um número crescente de casos de abuso e estupro de mulheres, além de manterem relações com mulheres casadas.
A população é forçada a ingressar na CAFGU, civis são obrigados a guiar soldados em operações militares e a realizar trabalho forçado, como construir cercas, coletar lenha, buscar água e outros serviços para os destacamentos militares.
Camponeses são continuamente alvo de buscas domiciliares, assédios e convocações sob o pretexto de “limpar seus nomes” ou “se renderem”. O número de sequestros, assassinatos extrajudiciais, massacres, prisões arbitrárias, torturas e outras violações de direitos humanos está aumentando. Canhões são posicionados perto das casas, e bombas aéreas são lançadas próximas às comunidades e campos agrícolas, colocando em risco a vida da população e destruindo seus meios de subsistência.
O objetivo das declarações de “livre de insurgência” e da imposição da Lei Marcial é quebrar a vontade do povo de lutar e defender seus direitos e sua sobrevivência. O regime militar nas vilas e comunidades serve aos interesses dos grandes latifundiários e da burguesia compradora, que desejam tomar terras, expulsar camponeses e povos indígenas e abrir caminho para as operações destrutivas de mineração, plantações e projetos de infraestrutura.
Milhões sofrem com todas as formas de opressão sob a guerra de repressão do regime de Marcos. Além disso, enfrentam o total abandono do governo diante das necessidades dos milhões de sobreviventes de calamidades recentes. Sofrerão ainda mais no próximo ano, diante dos cortes no orçamento da saúde e da educação, enquanto o governo aumenta os gastos com militarização (incluindo mais verbas para os soldados e para a NTF-Elcac) e corrupção (como o gigantesco orçamento para o DPWH e os projetos de infraestrutura fraudulentos de Marcos Jr.).
A intensa opressão, repressão e sofrimento impostos pelo regime EUA-Marcos apenas fortalecem a determinação do povo filipino de lutar, defender seus direitos e buscar justiça, democracia genuína e liberdade. Ao espalhar o terror contra os camponeses e povos indígenas, Marcos os ensina que não há maneira mais eficaz de resistir do que pegar em armas e se juntar ao Novo Exército Popular.
Diante do agravamento da opressão e do sofrimento, o povo filipino, junto ao Novo Exército Popular, está determinado a intensificar a guerra popular. Estão comprometidos em avançar na luta armada e lançar ofensivas táticas, especialmente contra as tropas fascistas mais odiadas, responsáveis por assassinatos extrajudiciais, massacres e todas as formas de terrorismo. Somente assim, junto à ampliação das lutas antifascistas e antifeudais, será possível defender o povo e atender ao crescente clamor por justiça e pelo fim da Lei Marcial em suas regiões.
Ao comemorarmos o próximo aniversário do Partido Comunista das Filipinas, reafirmemos nosso compromisso de expandir as chamas da luta armada para esmagar o regime fascista e intensificar a guerra popular prolongada. Com o espírito inabalável de resistência e determinação para lutar, é certo que a luta revolucionária armada não será derrotada, mas seguirá avançando.
Do Ang Bayan