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A batalha pelo Iêmen (mapa atualizado)


Desconhecido pela maioria, o levante dos Houthi no Iêmen na verdade remonta aos idos de 2004. Contudo, foram 10 anos antes que fossem realmente capazes de por seu nome no mapa. Aparentemente do nada, os Houthi surpreenderam o público no mundo todo ao capturarem a capital do Iêmen, Sana. No começo de 2015, homens desta tribo local forçaram o então presidente, Abd Rabbuh Mansur Hadi, e seu governo ao exílio na Arábia Saudita. Enquanto os Houthi formavam seu próprio governo em Sana, eles também faziam profundos avanços ao sul do país, na direção da cidade de Aden, onde as últimas forças leais ao antigo governo se viram, de repente, prestes a perder seu último bastião.


Para combater a crescente hegemonia do Ansar Allah (organização política que organiza os Houthi), as forças predominantemente sunitas que ainda apóiam outro antigo presidente, Ali Abdullah Saleh, se aliaram com o grupo Ansar Al-Sharia, a Al Qaeda do Iêmen, para impedir que os Houthi tomassem o resto do país. Quando as notícias da iminente captura de Aden chegaram até Riad, a família real saudita embarcou em uma massiva campanha de bombardeios contra os insurgentes, além de convencer vários países vizinhos à também intervirem militarmente contra os Houthi.


Mapeando o País

Ao revermos o mapa do Iêmen atualmente, um primeiro olhar pode gerar confusão, já que a parte ocidental do país, muito mais populosa, carrega importância estratégica muito maior que os desertos da parte oriental. Na realidade, o dito governo de Aden (leal ao presidente deposto, Hadi), controla um território maior em extensão enquanto os Houthi controlam as partes mais densamente povoadas. Todavia, o país está dividido entre quatro facções:


Vermelho: Houthis/Ansar Allah/Governo de Sana

As tribos Houthi são compostas por ferozes guerreiros do ramo Zaid (xiita) do Islã. Estas mesmas tribos descendem dos Zaydis, que controlaram o Iêmen por mais de 1000 anos até 1962. Durante esse tempo eles defenderam sua independência e lutaram contra forças estrangeiras (egípcios, otomanos) que controlavam o baixo Iêmen e tentavam expandir seu domínio até o norte. Eles perderam o poder devido ao golpe de Estado levado à cabo pelo líder republicano Abdullah as-Sallal, em 62, que derrubou o então recém coroado Imam Muhammad al-Badr. Agora, depois de décadas de repressão, eles anseiam recuperar a independência e o poder no Iêmen. Atualmente, são a maior força presente no país. Suas investidas foram capazes inclusive de capturar mais de uma dúzia de cidades dentro da própria Arábia Saudita, como nos mostra o mapa acima. Não obstante, os Houthi carecem de apoio internacional, sendo o Irã o único país a dar suporte ao movimento nesse sentido.


Verde: Movimentos do Sul/Republicanos/Governo de Aden

Depois do levante dos Houthi em 2014-2015 e o consequente colapso do Governo nacional, manifestantes ligados à um movimento separatista do Sul tomaram o controle de prédios governamentais na cidade de Aden, assim como do Aeroporto Internacional, onde hastearam a bandeira do Iêmen do Sul, que eles afirmam ter restaurado. Subsequentemente, estes movimentos separatistas e as forças leais ao presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, mobilizaram homens armados dentro e ao redor de Aden enquanto também ganhavam algum apoio na parte oriental do país. Pouco a pouco, foram capazes de fazer os Houthi se retirarem completamente de Aden - com intenso apoio aéreo da coalizão liderada pelos sauditas. Apesar disso, eles ainda têm um longo caminho pela frente se intentam recuperar Sana e o resto do país.


Amarelo: Ansar al-Sharia/Al Qaeda

Por muito tempo a Al Qaeda do Iêmen se escondeu nas sombras. Entretanto, em 2011 capturaram sua primeira grande cidade após vencerem o então governo iemenita na batalha de Zinjibar durante os primeiros momentos da Primavera Árabe. Depois, capturaram distritos chave e importantes cidades pela costa do país, incluindo Al-Mukalla e Tarim. As forças do Ansar Al-Sharia propuseram uma trégua na cidade de Aden com a intenção de se focar na luta contra as forças xiitas ligadas aos Houthi, os quais eles taxam de ''infiéis''.


Preto: Estado Islâmico

O Estado Islâmico surgiu no Iêmen no início deste ano (2015) em meio ao caos que continuamente assola o país. Atualmente, o Estado Islâmico instalou suas bases na cidade de Lawdar enquanto cria diversos campos de treinamento por toda a zona rural no interior do país. Ao contrário da política do Ansar al-Sharia, o Estado Islâmico tem assumido uma postura de guerra total contra todas as facções rivais. Por exemplo, mês passado assumiram a autoria do assassinato do Governador do distrito de Aden (que fora indicado pelo então presidente Hadi) enquanto, ao mesmo tempo, também combatem ferozmente os Houthi.

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