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"Educação, instrumento político de poder"


Na Universidade do Texas, nos concentramos no estudo do sistema universitário norte-americano e suas consequências para o desenvolvimento do que veio a ser a maior potência mundial. Para isso, tivemos que analisar os sistemas equivalentes nas grandes nações europeias e no Japão. Esses estudos e pesquisas tinham em vista a possibilidade de exercer função executiva na área da educação, setor ao qual sempre atribuímos alto valor estratégico. Isso, porém, não veio a ocorrer. Nos seminários de que participamos na Universidade do Texas sobre o papel da educação formal e principalmente da informal na condução dos povos, constatamos o modo como as nações hegemônicas utilizam os sistemas educacionais dos países periféricos para tornar seus povos colonizados e sua classe dirigente servil. O projeto MEC/USAID, que reformulou a educação brasileira, teve esse objetivo. Isso foi levado avante com os chamados programas de cooperação e, ademais, com a postura da classe dirigente dos países dependentes de mandar a parte mais brilhante de sua juventude - a que já comprovou capacidade de trabalho e competência - a receber orientação político-ideológica final nos centros hegemônicos de poder. Isso foi feito praticamente com toda a comunidade acadêmica de mais alto nível, com líderes sindicais, entre outros, e, de maneira especial, com oficiais superiores das Forças Armadas. A educação dos dirigentes brasileiros, assim, orienta-se por determinado fluxo ideológico que nada tem a ver com nosso destino ou com compromissos históricos que qualquer classe dirigente tem com a Nação a que pertence. Ela promove a manutenção do status quo, tem papel crucial na desideologização do que se refere à nossa cultura e interesses e estimula a perda da autoestima nacional. Sem autoestima não há possibilidade de resistir a qualquer tipo de invasão estrangeira, seja ela militar, econômico-financeira, cultural ou ética. Isso tem efeitos devastadores sobre a vida da coletividade organizada, nos transformando em nau à deriva, vítimas de ideologias externas que visam nosso enfraquecimento crescente e que levam nosso povo à abulia e à desesperança, método prático e eficiente de desagregação nacional. Ou seja, a classe dirigente brasileira, submetida a longo período de dominação colonial, mostra-se condicionada ao servilismo ou à obediência a valores hierárquicos alienígenas hegemônicos; deixa de ter qualquer compromisso com nossos valores, com nossa cultura e com nosso povo. Trata-se de uma classe dirigente apátrida, que traiu a sua própria razão de ser: Uma classe dirigente que promove o suicídio nacional! A poucos quilômetros da Universidade do Texas, em Austin, localiza-se Houston, a capital mundial do petróleo, onde estão os headquarters das grandes corporações transnacionais do setor. A temática major dessa universidade é precisamente o petróleo. Nesse enviroment circulam grandes personalidades do poder mundial no campo energético. Enquanto procurávamos identificar a influência da educação na organização dos povos, ocorreu o embargo do petróleo, em setembro de 1973. Como engenheiro e físico, professor de termodinâmica, nos dedicamos inteiramente a procurar compreender as razões daquele monumental conflito mundial, que até hoje perdura, embora camuflado, aflorando de vez em quando, como da última vez no massacre do Iraque. Desde o embargo, a região que concentra mais de 65% do que resta das reservas mundiais de petróleo já sofreu mais de dez guerras. Na ocasião da pretendida captura dos reféns norte-americanos mantidos pelo Irã, esteve prestes a iniciar-se o terceiro conflito mundial, com mobilização de tropas da OTAN e do Pacto de Varsóvia. Felizmente, os americanos recuaram da operação de resgate, alegando suspeito acidente entre seus helicópteros. A partir de Austin, visitamos alguns dos principais centros tecnológicos norte-americanos da área energética para sentir a opinião dos grandes especialistas mundiais sobre a crise que se agigantava. As opiniões foram unânimes: ela era irremediável, as reservas de petróleo não resistiram por longo tempo aos aumentos de demanda e o mundo hegemônico encontrava-se sem opção para suas graves carências de energia. O então vice-presidente do Institute of Gas Technology de Chicago nos afirmava, em dezembro de 1973: "Há 20 anos vimos advertindo ao Governo dos EUA que a economia da maior potência industrial-militar depende de um combustível fóssil que se está exaurindo". A crise, nos EUA, decorrente do embargo do petróleo foi muito séria. Os veículos de elevado consumo de gasolina, que eram a maioria, tiveram um colapso em seus preços. As filas para abastecê-los eram quilométricas. Os conflitos agravaram-se em todos os setores da economia. A sociedade americana vivera uma orgia de uso de derivados de petróleo e não estava preparada para enfrentar a escassez. Ainda que os motivos para a crise fossem evidentes, é surpreendente como foi necessário o embargo, promovido aparentemente pela OPEP, para que a sociedade americana despertasse e começasse a tomar providências para enfrentar a escassez de petróleo. Essa referência tem uma importância essencial pois, na atualidade, embora o problema de raiz, que é a redução dos volumes das reservas mundiais de petróleo, tenha-se agravado, repete-se o fenômeno. Basta um novo fato eventualmente fortuito para alterar profundamente a ideia inoculada na opinião pública por intensa propaganda dirigida, que não mais existe uma crise de petróleo em processo de agravamento. Basta considerar que as reservadas estão decrescendo e as demandas previstas tendem a aumentar substancialmente. Escrito por José Walter Bautista Vidal Fonte: VIDAL, J. W. B. O Esfacelamento da Nação. Petrópolis: Editora Vozes Ltda. jan. de 1995. p. 42-45

Do blog universidadecienciaenacao.blogspot.com

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