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"COP 21: a fábula do capitalismo verde"
Era uma vez um sistema econômico autodestrutivo, disseminado por todo o planeta e agindo tal qual uma nau esburacada quase a ponto de afundar, que descobre uma fórmula mágica de resolver a situação: a proteção ambiental, a proteção das florestas, dos recursos hídricos, da agricultura e pecuária, da produção de alimentos. Tudo organizado de forma ética, transparente e sustentável. Mas tem um senão: criar novos mecanismos de mercados, novas formas de financiamento, novas tecnologias para enterrar gases e transmitir aos necessitados, capacitando-os para integrarem o novo sistema. O capitalismo maquiado de verde afina seu discurso para entrar com pompa na arena da maior discussão planetária sobre mudança climática, que inicia em 30 de novembro. Desde a década de 1990, as corporações e suas associações participam do sistema ONU, de conferências e convenções, podem se manifestar no início das plenárias, distribuir material e acompanhar as discussões. A própria ONU criou o Pacto Global em 2000 para angariar apoio das empresas no combate aos problemas crônicos da humanidade – fome, miséria, destruição do ambiente. São mais de oito mil signatários em 145 países. Nos últimos anos as empresas se organizaram no Conselho Mundial de Negócios para o Desenvolvimento Sustentável (WBSCD), na sigla em inglês, que na versão brasileira e latino-americana é o Conselho Empresarial de Desenvolvimento Sustentável. Porém, as lideranças empresariais formaram novos pactos e alianças. E lançaram recentemente o programa Ação 2020, com propostas que envolvem uma economia de baixo carbono. A versão brasileira está registrada num documento de 32 páginas. O movimento mundial reúne 146 empresas e 106 investidores. A dirigente do CEBDS, Marina Grossi declarou no lançamento do programa: “