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Grabois: "Lenin e a luta contra o oportunismo"


Uma das características marcantes da prodigiosa e heroica atividade de Vladimir Ilitch Lenin, o genial fundador do primeiro Estado socialista, foi o seu constante e infatigável combate ao oportunismo em todas as suas formas. Precisamente essa luta sem tréguas do grande Lenin contra o oportunismo deve ser mais do que nunca, por nós nos dias de hoje, rememorada com entusiasmo e estudada com o máximo afinco, uma vez que ao se completar o 26º aniversário da morte do criador da teoria e da tática da revolução proletária, vive a humanidade um dos períodos cruciais de sua história, num momento em que as forças do imperialismo e da reação ameaçam envolvê-la na mais brutal das carnificinas com o desencadeamento de uma nova guerra imperialista mundial.


Por isso, quando reverenciamos com emoção e reconhecimento, a memória do chefe da maior e mais profunda revolução da história, é indispensável reforçar a luta pela paz e contra a guerra imperialista. E nesse sentido são de toda atualidade os luminosos ensinamentos de Lenin na luta contra o oportunismo. Durante toda a sua vida d revolucionário e de político proletário, o líder e criador do Partido Bolchevique, advogando sempre uma ação revolucionária consequente, defendeu ardorosamente o marxismo em toda a sua pureza contra todos os seus deturpadores. Lenin jamais transigiu na defesa do marxismo e desmascarou impiedosamente os seus inimigos, encobertos ou não, em todos os terrenos, quer se tratasse dos populistas, ou dos “marxistas legais”, na última década do século passado, quer se tratasse, posteriormente dos economistas, dos empirocriticistas ou dos mencheviques e todos os traidores da Segunda Internacional. O grande líder bolchevique tomou a bandeira revolucionária da luta que sustentaram Marx e Engels, cuja doutrina nas mãos dos traidores da Segunda Internacional perdera todo o seu conteúdo revolucionário. Com toda a justeza e precisão, afirma o maior discípulo e continuador de Lenin, o camarada Stalin, que o leninismo teve a honra de levar a cabo uma revisão geral do trabalho e nos métodos de trabalho da Segunda Internacional, eliminando o filisteísmo, a estreiteza mental, a politicagem, a traição, o social-chauvinismo e o social-pacifismo, realizando a tarefa hercúlea de limpar as cavalariças de Augias da Segunda Internacional.


Lenin inspirou toda a sua atividade criadora, desenvolvendo e enriquecendo o marxismo, na luta contra o revisionismo, concentrando nele o fogo de sua crítica através do combate persistente ao oportunismo e ao reformismo. Para isso, foi buscar o exemplo dos fundadores do socialismo científico na luta contra os oportunistas. Em seu prefácio à tradução russa da “Correspondência com F. A. Sorge” escrito em 1917, Lenin se refere à energia com que Marx e Engels atacavam o oportunismo: “Marx e Engels lutaram sistemática e invariavelmente contra o oportunismo no partido social-democrata alemão e perseguiram o pensamento filisteu intelectual e pequeno-burguês no socialismo”.


E mais adiante: “Eles ensinaram insistentemente aos social-democratas alemães a não cair no filisteísmo, no ‘cretinismo parlamentar’ (expressão de Marx em carta de 19 de setembro de 1879), n oportunismo intelectual pequeno-burguês”.


Seguindo as tradições de luta de Marx e Engels contra o oportunismo, Lenin tornou-se a mais alta expressão dessa luta no movimento revolucionário mundial, elevando-a a um nível antes jamais atingido, principalmente num dos períodos decisivos da história da humanidade, quando se desencadeou a primeira grande guerra. Arrancando então a máscara dos traidores do proletariado que se alinhavam no seio da Segunda Internacional, Vladimir Ilitch assentava profundo golpe nas forças do imperialismo pois não só desmascarava os mais perigosos agentes do imperialismo que se escondiam entre a causa operária, como também armava o proletariado para novas batalhas revolucionárias.


Justamente as experiências de lutas de Lenin contra o oportunismo nesse período são as que no momento, em face do perigo iminente de guerra, devem ser mais estudadas. É verdade que as condições do mundo nos dias que correm são completamente diversas das existentes naquela época. Mas, nem por isso, o estudo da luta que Lenin sustentou contra o oportunismo naquele período deixa de ter a maior atualidade, uma vez que nos ajudará a enfrentar com justeza as grandes tarefas que temos a analisar (sic), principalmente porque cometemos sérios erros oportunistas que poderiam ter as mais funestas consequências para o movimento operário revolucionário do país se não fossem atacados a tempo.


O que é fundamental para nós nas atuais circunstâncias no que se refere ao aproveitamento das experiências de luta de Lenin contra o oportunismo é aspecto que diz respeito em saber manter, nas condições mais duras e difíceis, em toda a plenitude, o espírito revolucionário vivo, do marxismo-leninismo. Isto significa que precisamos estar sempre alertas para tomarmos não só resoluções justas como também tomar todas as medidas para pô-las em prática.


Por isto mesmo, devemos ter sempre em mente o que nos ensina Lenin em seu folheto “O programa militar da Revolução Proletária”: “Contra o oportunismo, por último, não se pode lutar naturalmente só com programas, mas unicamente vigiando sem descanso para que sejam postos em prática de maneira efetiva”.


Isto nos adverte para as grandes responsabilidades que temos como vanguarda organizada da classe operária, porque como revolucionários consequentes, devemos ter sempre presentes as justas resoluções que tomamos nos últimos tempos a fim de que sejam efetivamente postas em prática nos momentos oportunos, precisando cada comunista estar imbuído ao máximo desse ensinamento leninista.


Assim é justo, pois, recordarmos, que os mais destacados dirigentes do proletariado brasileiro, tendo à frente o grande líder Luiz Carlos Prestes, falando em nome dos comunistas brasileiros, assumiram o compromisso que jamais faríamos guerra à gloriosa União Soviética, ao mesmo tempo que se comprometeram, casos os urgentes esforços que atualmente realizam os povos pela paz não pudesse evitar o desencadeamento de uma nova guerra imperialista ou do que fazer para transformar essa guerra imperialista em guerra de libertação nacional. Esses solenes compromissos serão, sem dúvida, executados pelos comunistas brasileiros à frente do nosso povo porque somos fiéis aos ensinamentos de Lenin e porque não nos deixaremos jamais confundir com os vis oportunistas da Segunda Internacional que nas vésperas do desencadeamento da primeira guerra mundial tomavam as resoluções mais radicais para depois na prática, traí-las miseravelmente.


Os grandes ensinamentos de Lenin na luta contra o oportunismo são também para nós de grande valia no processo autocrítico que estamos realizando em face dos erros oportunistas que cometemos durante o período em que o PCB tinha vida legal. Já o camarada Prestes, no seu trabalho de maio de 1949 analisando esses erros dizia o seguinte: “Substituímos a luta de classes pela colaboração de classes e pensávamos erroneamente evitar os golpes da reação amainando as contradições de classe em vez de aprofundá-las como ensina e manda o leninismo”.


Cometemos esses erros, como muito justamente diz Prestes, porque de fato enveredamos pela senda tortuosa do oportunismo e abandonamos o justo caminho apontado por Lenin no seu combate intransigente aos oportunistas da Segunda Internacional. Com toda a clareza que o seu gênio permitia, o teórico do marxismo da época do imperialismo e da revolução proletária mostrou que o conteúdo político do oportunismo é “colaboração de classes, renuncia a ditadura do proletariado, renuncia à ação revolucionária, reconhecimento sem reservas da legalidade burguesa, desconfiança para com o proletariado, confiança na burguesia”. Não resta dúvida que esse era também, guardando as devidas proporções, o conteúdo de nossa anterior linha política e não estávamos muito longe daqueles a quem Stalin se refere que punham nas nuvens as formas legais de luta e acreditavam “matar” o capitalismo com a legalidade. Cabe agora a todos nós, aproveitar a nossa dura experiência e os ensinamentos de Lenin no combate ao oportunismo para varrermos definitivamente com os restos que ainda possam existir de nossa velha bagagem, assegurando e aplicando a atual linha revolucionária.


A luta de Lenin contra o oportunismo também nos arma para que enfrentemos com êxito o inimigo mortal do nosso povo, de nossa independência, de nosso progresso e de nossa soberania: o imperialismo ianque. A luta consequente pela libertação nacional da nossa Pátria do jugo imperialista dos trustes e monopólios norte-americanos está indissoluvelmente ligada à aplicação de uma justa linha política revolucionária que não admite qualquer concessão ou capitulação perante o inimigo irreconciliável do nosso povo. Mobilizar todas as forças verdadeiramente patrióticas sob a direção do proletariado para derrubar no país a dominação imperialista é o justo caminho para conquistarmos a completa emancipação nacional e esta tarefa é incompatível com toda espécie de oportunismo, seja qual for a sua máscara. Já o grande Lenin em 1916, em palavras candentes, mostrava essa incompatibilidade em outra época e em outras condições, é certo, mas que se aplicam integralmente na presente situação brasileira: “Uma luta contra o imperialismo que não será indissoluvelmente ligada à luta contra o oportunismo é uma frase vazia ou um engodo”.


É imprescindível que nos capacitemos cada vez mais que na luta contra o imperialismo ianque é necessário arrancar sem vacilações a máscara de todos os seus agentes, claros ou encobertos, isto é, tanto o governo de traição nacional de Dutra, o PSD, a UDN e os outros partidos abertamente a serviço dos imperialistas, quanto os “socialistas” do tipo Hermes Lima e João Mangabeira, os trabalhistas, já agora fantasiados (sic) de “anti-imperialistas”, com o demagogo Getúlio à frente. Qualquer concessão ao imperialismo é traição à classe operária e ao povo brasileiro, pois no momento enfrentamos uma situação decisiva: ou conquistamos no mais curto prazo a nossa emancipação nacional ou nos transformamos numa simples colônia ianque. E só derrotaremos no país o imperialismo se nos mantivermos numa posição anti-imperialista inflexível, livre de qualquer oportunismo.


Com o agravamento da situação internacional, com a divisão irreconciliável do mundo em dois campos, com o crescimento do perigo iminente de guerra, definem-se cada vez mais, tanto no plano político mundial como na arena política interna, as posições das forças políticas. Já não é fácil fazer demagogia, iludir facilmente as massas, pois ou se está de lado do campo democrático e anti-imperialista, ao lado das forças da paz ou se está no campo antidemocrático e imperialista com as forças da guerra. Não há um terceiro caminho, uma vez que este será sempre o mesmo caminho da traição ao povo, da reação e da guerra.


Por isso mesmo, mais do que nunca, é preciso fidelidade aos princípios do marxismo-leninismo, firmeza ideológica e combate decidido e sem piedade ao oportunismo em nossas fileiras, desmascarando em todas as suas manifestações. Sigamos o exemplo imortal do grande e genial Lenin que durante toda a sua vida não parou de causticar com a máxima energia o oportunismo, e que um ano antes de sua morte, em 16 de janeiro de 1923, ainda atacava o oportunismo em seu rápido estudo “Nossa Revolução”: “Salta à vista, sobretudo, a pedantice de todos os nossos democratas pequeno-burgueses, assim como todos os heróis da Segunda Internacional”.


Inspirados nos ensinamentos de Lenin, lutemos sem trégua contra o oportunismo.


Artigo publicado originalmente em Voz Operária, órgão oficial do Partido Comunista do Brasil (PCB), em sua edição de 21 de janeiro de 1950.


Escrito por Maurício Grabois


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