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"A Ditadura dos Cartéis: anatomia de um Subdesenvolvimento" de Kurt Rudolf Mirow


O livro em questão não foi escrito por algum militante político comprometido com a transformação radical de nosso país, por um socialista ou comunista. Ao contrário, seu autor é um industrial, burguês, estrato social este tido pela esquerda usualmente como pertencente não ao campo popular, mas como inimigo. Kurt Rudolf Mirow foi um industrial brasileiro de ascendência alemã e esteve durante muitos anos à frente da diretoria da empresa Codima S.A., pertencente ao Grupo Herm. Não obstante sua condição de industrial, este fora pessoalmente alvo das manobras ocultas de grandes transnacionais norte-americanas e europeias para ter sua empresa - que atuava no setor elétrico - desmantelada. A situação de Kurt e dos operários que sua empresa fora obrigada a demitir por conta da falência imposta pelo capital estrangeiro demonstra que a situação de dominação imperialista sobre nosso país é horrenda e deplorável a pronto de oprimir e massacrar não apenas as massas trabalhadoras de operários e camponeses, mas até mesmo a burguesia nacional que ouse desenvolver a indústria nacional para superar as condições econômico-sociais agrárias e subdesenvolvidas do Brasil, fazendo com que diversos setores desta camada social venham a se opor - ainda que não de forma consequente - à dominação do imperialismo estrangeiro sobre nosso país. Não temos a menor ressalva em dizer que a obra de importância trascedental "O Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo", escrita por Lenin em 1916, onde este constata que o imperialismo é a fase monopolista do capitalismo, é contemplada em novas atualizações e desenvolvimentos por este estudo de Kurt Rudolf Mirow. Apoiando-se em dados e em vasta documentação, Kurt estuda de forma minuciosa o processo de constituição dos grandes carteis internacionais, bem como os métodos utilizados por estes para dividir entre si os mercados mundiais, fixar os preços das mercadorias nos mais altos níveis para garantir elevadas taxas de lucro e impedir o aparecimento de novas empresas nos ramos dominados pelos cartéis. O poder quase ilimitado dos multibilionários dos cartéis que dominam o mundo fica evidente nas seletas reuniões realizadas em cidades luxuosas dos países capitalistas mais desenvolvidos do mundo: em reuniões realizadas a portas fechadas nos palácios da burguesia, bilionários e seus representantes decidem em questão de horas ou minutos quais países desenvolver-se-ão e quais serão relegados ao atraso e aos vestígios mais vivos do medievalismo mais arcaico; quem poderá prosperar e quem tenderá a permanecer na estagnação ou vegetará no retrocesso; quem será rico e quem morrerá de fome; quem absorverá a nata do desenvolvimento técnico e científico e quem não o receberá. O destino de bilhões de seres humanos é, assim, arbitrariamente decidido pelos donos do dinheiro. Acentuando o imperialismo a divisão do mundo entre países desenvolvidos e países subdesenvolvidos, a obra de Kurt Rudolf Mirow tende a dar contribuições imensas a um aspecto central da teoria leninista do imperialismo, que é a questão da política colonial e da conquista de protetorados, colônias e países dependentes como aspecto indispensável da manutenção do capitalismo, relegando a estes - que foram a imensa maior parte dos países do mundo e a nata numérica fundamental da população mundial - o atraso para desenvolver absurdamente a indústria em pequenos pontos do globo. Mirow expõe detalhadamente os diversos métodos e manobras utilizados pelo imperialismo para sucatear e desmantelar as indústrias emergentes dos países coloniais e semicoloniais e mantê-los na condição de apêndices agrários fornecedores de matérias-primas e produtos agrícolas. Neste sentido, pode-se concluir que "A Ditadura dos Cartéis" mantém completa atualidade e demonstra ser um documento essencial para a compreensão do mundo atual e, inclusive, do deplorável momento político vivido por nosso país. Se é verdade que durante a década de 1970 círculos políticos do imperialismo norte-americano, referindo-se ao Brasil, manifestavam abertamente suas intenções de "impedir o surgimento de um novo Japão na América Latina", tornava-se evidente a necessidade por parte dos imperialistas de impedir a pujança e o desenvolvimento do capitalismo em nosso país como forma de manutenção da política de pilhagem semicolonial. Ao longo dos anos, o imperialismo manobrou para o sucateamento e desmantelamento de um sem número de empresas dos mais diversos setores econômicos, tais como mineração e siderurgia, como a Companhia Vale do Rio Doce, Usiminas, Companhia Siderúrgica Nacional e diversas outras, submetidas à pilhagem, desmantelamento, privatização e descapitalização. Os ataques contra a emergência capitalista no Brasil se estenderam também ao setor financeiro, como com a privatização de diversos bancos como Banespa, Banerj e outros. Na agricultura, ficou também evidente as manobras feitas pelo imperialismo norte-americano - infelizmente, com relativo sucesso - para a destruição da triticultura nacional e impedir a autossuficiência brasileira na produção de trigo. Este produto nos dias de hoje, com efeito, onera profundamente nossa pauta de importações, constituindo 16% desta. Se no passado os imperialistas lograram desmantelar, descapitalizar, privatizar e desnacionalizar estas empresas capitalistas, pode-se considerar que ainda assim este movimento prossegue nos dias de hoje. Prossegue diante dos nossos olhos o processo de desmantelamento, sucateamento e desnacionalização da Petrobras, por exemplo, que se despoja cada vez mais de seu caráter de conglomerado e empresa integrada - tão importante para uma autêntica industrialização nacional - para ser tão somente uma extrativista do petróleo. Uma empresa como a Petrobras se encaixa exatamente na "lista negra" do cartel mundial imperialista do petróleo como empresa a ser desmantelada, privada de know-how e de transferências de tecnologias justamente pela importância que possui na industrialização brasileira. Até mesmo a mera extração de petróleo deve ser - segundo a lógica dos cartéis internacionais - deixada de lado pela Petrobras e ser entregue às empresas imperialistas sanguessugas. O mesmo movimento tem se desenvolvido por parte do imperialismo para desmantelar a indústria nacional naval e de engenharia (estaleiros), bem como as empresas capitalistas brasileiras ligadas à produção militar e de infraestrutura. Dentro da crise nas finanças pela qual passa o Estado brasileiro, que acumula um déficit público de mais de R$150 bilhões, se encontra também a oportunidade por parte do imperialismo de realizar um movimento monstruoso já descrito por Kurt Rudolf Mirow que é, também, o ataque às capacidades de financiamento das economias dos países subdesenvolvidos. O governo títere de Temer, atualmente, busca sucatear os bancos estatais - Banco do Brasil e Caixa Econômica -, abrir partes crescentes de seus capitais para a "iniciativa privada" para, então, privatizá-los e desnacionalizá-los, despojando nosso país de recursos financeiros igualmente essenciais, também, para o desenvolvimento de uma forte economia capitalista. Para compreender profundamente estes desenvolvimentos, recomendamos no mais alto tom a obra "A Ditadura dos Cartéis". É essencial que os leitores entrem em contato com este documento para que possam elevar sua consciência nacional e classista e aprenderem por meio de exemplos concretos os mecanismos de funcionamento do capitalismo monopolista e da opressão imperialista estrangeira.


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