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Mao: "Sobre a Revolução Cultural"


1. As etapas da Revolução Cultural No primeiro ano da Revolução Cultural, foram organizadas as preparações; o segundo é o da vitória, do estabelecimento dos órgãos provisionais de poder e da transformação revolucionária dos espíritos; o terceiro ano será o de pôr as coisas em ordem . Atualmente, as tarefas mais importantes são a crítica de massas e a realização das Grandes Alianças e da Tripla União.

A publicação do artigo de Yao Wen-huan foi o ponto de partida. Peng Cheng e outros colocaram obstáculos; inclusive minha sugestão de publicar o artigo em forma de panfleto foi rechaçada. Também tive que redatar a circular do 16 de maio, onde se colocava claramente a questão das duas linhas e das duas vias. Inúmeras pessoas pensavam então que minhas opiniões haviam sido realinhadas e as vezes fui o único a defendê-las. Foi com esse mesmo espírito que me apresentei à 11ª sessão dessa plenária, onde uma pequena maioria me apoiou, enquanto muitos camaradas não estavam de acordo: Li Ching-suan, por exemplo, e também Liu Lan-Tao. Da publicação do artigo de Yao Wen-huan na 11 sessão plenária se segue a primeira fase da revolução cultural.

Após a reunião de trabalho do CC, se acentuou a crítica da linha reacionária burguesa. Esta crítica resultou no entusiasmo de numerosos revolucionários. Os intelectuais revolucionários e os jovens estudantes foram os primeiros a adquirir consciência, o que corresponde às leis de desenvolvimento da revolução. Em janeiro deste ano os operários de Xangai se mobilizaram, tal como fizeram os operários e camponeses de todo o país; foi assim que a tempestade de janeiro varreu o país. O progresso do movimento demonstrou que os operários e camponeses seguem sendo a força principal - os soldados não são mais do que operários e camponeses de uniforme - ; quando se fala de soldados, no fundamental não são mais do que operários e camponeses. Uma vez que se levantam as grandes massas de operários e camponeses, o lixo burguês será varrido de forma radical, enquanto os intelectuais revolucionários e os jovens estudantes voltarão a ocupar um papel secundário.

Por acaso não é assim? Desde que os operários se mobilizaram, destruíram o economicismo reacionário, tirando o poder das mãos das pessoas que ocupam postos dirigentes que seguem o caminho capitalistas e estimularam as grandes alianças revolucionárias e a Tripla União. Esta é uma lei do desenvolvimento do movimento revolucionário; assim se sucedeu na Revolução Democrática e assim segue na Revolução Cultural. Na época do movimento 4 de maio, que era um movimento democrático revolucionário, os intelectuais foram os primeiros a tomar consciência e os primeiros a pô-la em marcha, mas imediatamente depois os operários e camponeses se converteram na força principal nos movimentos revolucionários da Expedição do Norte e na Longa Marcha.

O período que vai da 11 sessão plenária até a Revolução de Janeiro pode ser considerado como a segunda etapa. Depois de janeiro, as mudanças de poder, as grandes alianças e a Tripla União podem ser consideradas como a terceira etapa. Embora as grandes massas de operários e camponeses tenham impulsionado as Grandes Alianças e a Tripla União e ainda que o Comitê Central tenha esperado que as Grandes Alianças se consolidassem rapidamente, o proletariado deve transformar o mundo segundo sua concepção dele, enquanto a burguesia se esforça para transformá-lo segundo sua concepção. A ideologia burguesa e pequeno-burguesa, que estava em pleno desenvolvimento entre os intelectuais e jovens estudantes arruinou esta situação. Cada classe ainda busca se expressar. Posto que as leis da luta de classes não podem ser modificados segundo os desejos subjetivos dos homens, não pudemos formar grandes alianças e aquelas que foram realizadas foram destruídas muito rapidamente e não existem mais. Este é o motivo pelo qual no atual momento devemos moderar um pouco o movimento.

Após a publicação do artigo de Tsi Pen-yu, Patriotismo ou derrotismo, e A essência do aperfeiçoamento individual é tradição à ditadura do proletariado, o movimento iniciou sua quarta etapa. Esse foi um momento crítico da puta entre duas linhas e duas classes. Aqui, por outro lado tenho algo a dizer sobre aqueles que foram enganados. A maior parte são operários, camponeses e quartos do Partido e da Liga de Juventudes Comunistas. Devemos confiar em 95% das massas e dos quadros. Então devemos manter nossa confiança naqueles que foram enganados anteriormente. Isto é um problema que cada um deve saber mediar seriamente.

Os operários, camponeses e os soldados não tem contato direto com os contrarrevolucionários revisionistas. Além disso, estes agitam bandeiras vermelhas. Tomam por sua conta as diretivas do Comitê Central. Os operários, camponeses e soldados assim como os quadros, assim como os quadros que são o sustentáculo do Partido e da Liga, tem profundos sentimentos proletários. Assim, foi possível enganá-los com facilidade; mas uma vez que transformem sua ideologia, tudo correrá bem. Hoje se levantou a vanguarda da luta de classes. As massas de operários e camponeses se armaram realmente com o marxismo; é uma poderosa força material. Os intelectuais sempre agiram mais rapidamente que os operários e camponeses, mas também sai mais instáveis e se inclinam muito ao oportunismo. Se os intelectuais revolucionários desejam verdadeiramente levar a revolução até suas últimas consequências, devem continuamente se transformar mediante a prática do trabalho manual. Isto se deve pelo fato que receberam, junto com os jovens estudantes, uma educação fundamentalmente burguesa. Ela está dentro deles, e ao menos que não façam grandes esforços para transformar sua concepção de mundo, as coisas se converterão em seus contrários. Sempre acreditei que a grande maioria dos intelectuais, dentro ou fora do partido, essencialmente seguem sendo burgueses. Neste momento decisivo da luta de classes, devemos enfatizar a reforma de nossa concepção de mundo.

2. As grandes disposições estratégicas do momento: As Grandes Alianças e a Tripla União devem ser vitoriosas através da crítica revolucionária de massas A Revolução Cultural em curso não acabará em pouco tempo. Se desenvolverá com profundidade e amplitude ainda maiores. O punhado de pessoas que ocupam postos dirigentes no Partido e seguem o caminho capitalista deve ser criticado, e para isto devemos concentrar nossas forças. Devemos propagar os trabalhos da 11 sessão plenária, nossos êxitos e nossa linha. Se desejamos derrotar esse punhado de pessoas, devemos fazê-lo não apenas no plano orgânico, mas também nos planos político, ideológico e teórico. Esse é um problema vital para nosso país e para o mundo. Se o revisionismo não é derrotado, procederá a uma restauração. Temos uma grande tarefa histórica, que sem dúvida está longe de ter sido consumada. Nesta grande luta, devemos derrotar as pessoas que seguem a via capitalista, os revisionistas. Alguns se infiltraram no Partido, e ocupam postos dirigentes. São eles quem sustentam os gênios malévolos (os intelectuais burgueses). São todos hipócritas ambiciosos que representam as classes exploradoras. Fazem gestos de consentimento, mas na realidade, praticam a desobediência. Tem duas caras e são ardilosos, na sua frente falam como homens, mas na verdade são demônios. Frequentemente defendem ensinamentos marxista-leninistas mas sempre com poréns. Os que agitam a bandeira vermelha são ainda mais perigosos. Devemos ficar de olho.

No pessoal, creio que agora vemos os primeiros sinais de um abandono da luta contra o inimigo, os grandes funcionários que seguem a via capitalista. Levantei a questão na última reunião aqui e disse que era necessário estabelecer um programa dirigido contra os mais importantes destes funcionários. Neste momento, está contradição se dilui. Em outras palavras, esta crítica será muito difícil ainda que não sejam desmascarados os funcionários em questão.

Durante estas transformações prodigiosas que tiveram lugar durante o ano transcorrido, com frequência houve problemas. Os transtornos que se desenvolveram em um e outro lugar, não estiveram vinculados. Por outro lado, a luta, ainda que violenta, é boa; uma vez que as contradições surjam mais visivelmente, é mais fácil resolvê-las. Esta grande Revolução se desenvolve com um mínimo de perdas e um máximo de vantagens.

A grande vantagem do apoio do exército à esquerda é que, com isso, ela mesmo se educa. Os problemas se compreendem mediante a prática de uma luta: apoiando as massas revolucionárias e as organizações da esquerda, os soldados veem as lutas entre duas linhas em todos seus aspectos; veem que a luta de classes e a luta entre duas linhas existem também no exército. Este problema se revela quando o exército apoia a esquerda, de maneira que este se fortalece e seu nível ideológico se eleva. Não devem se temer os problemas: quanto mais tiver, melhor. Depois de sete ou oito problemas sucessivos, as coisas não podem mais se resolver com eficácia. Seja qual for a natureza dos problemas, não devemos temê-los, pois quanto mais fazermos isso, mais problemas teremos. Mas não é necessário usar armas de fogo pois isso é sempre ruim.

Todo o país está em tumulto. Quando se tem um furúnculo, é que contém um germe que deve se manifestar. Combater a ideologia das notabilidades burguesas é um exemplo; é necessário esmagá-la. Caso contrário, não se pode implantar o socialismo e a luta - a crítica - e a transformação serão impossíveis.

Uma carroça capota quando conduzida a alta velocidade. O mais importante atualmente é a Grande Aliança e a Tripla União; os maus elementos e gênios malévolos devem ser desalojados e as organizações do Partido devem ser reanimada. Eu considero que a convocação das organizações do Partido a todos os níveis, incluindo o IX Congresso Nacional, poderá ser feita ano que vem, por esta data. Os obstáculos à Grande Aliança são de dois tipos: as pessoas que ocupam postos dirigentes e seguem a via capitalista, por um lado e o espírito de particularismo montanhês (tendência de certos grupos revolucionários para a ação independente e ao cuidado de seus interesses particulares, sem levar em conta as considerações táticas e estratégicas), a ostentação e a má vontade, por outro. Quando os comitês revolucionários serem fundados, os revolucionários pequeno-burgueses devem ser corretamente dirigidos. No que se refere o Exército de Libertação, devemos lançar a consigna de Apoio ao Exército e Amor ao Povo. Caso se estude sobre os comunicados sobre o problema da luta armada que vem de muitos lugares, se comprova que na realidade não existiram. Houve lutas armadas mas certos comunicados não eram fundamentados - é um pouco somo os informes sobre as calamidades naturais destinadas a obter um excedente de grãos. No que tange os quadros, se deve criticar a consigna que chama a "atacar um grande número de pessoas para proteger a um punhado", que ainda se aplica aqui e ali. As Grandes Alianças e a Tripla União e o apoio à esquerda são princípios intransponíveis. A mudança de poderes, o exército e os quadros são os três grandes problemas do momento. Onde se efetuou a mudança de poderes, o grande problema é conservá-lo. Caso se ataquem estas questões, a orientação geral será aplicada: caso contrário, se fracassará. Também é necessário empreender a crítica de massas e as coisas importantes. Bandeira vermelha acaba de publicar um artigo importante.

No momento atual é necessário dar um novo impulso para a crítica de massas e dar prioridade a ela sobre as demais. É necessário unir a crítica das pessoas que ocupam postos dirigentes e seguem a via capitalista com a crítica dos funcionários que seguem o caminho capitalista a âmbito local e nos diferentes setores. Nos jornais e publicações periódicas, deve se enfatizar a crítica de Liu, Deng, Tao, Peng, Luo, Lu e Yang. No exército deve se acentuar as críticas à Liu Shao-chi, Peng Te-hui e Ho Lung.

3. Os rebeldes revolucionários devem trabalhar para reformar sua concepção de mundo. Neste momento decisivo da luta de classes deve se acentuar a reforma da concepção de mundo. Neste sentido a esquerda revolucionária tem obrigações ainda mais pesadas. De outra forma, a ideologia burguesa não seria varrida em muito tempo e levaria as coisas a um aspecto muito negativo. Não acredita? Pensou na forma que devemos trabalhar pra passar do socialismo ao comunismo? E pensou seriamente? Se desejamos assegurar que o erro de seguir a via capitalista não voltará a aparecer, se nós na verdade nos preocupamos com os assuntos do Estado, é necessário trabalhar duro pela refundação de nossa concepção de mundo.

Parece que se requerem duas preliminares para a Grande Aliança: por um lado é necessário fazê-la e a criar na luta, porque a luta é absoluta ao passo que a unidade é relativa. Alguns dizem que os chineses são naturalmente passivos. Eu não creio que sejam mais do que isto: os chineses são turbulentos.

Por outro lado, a consigna "Sempre há motivo para se rebelar" não deve ser aplicada sem limites. Fazer a revolução e protegê-la tem um caráter classista. Os quadros revolucionários têm que ser protegidos com toda a lucidez e audácia. Alguns dizem: mais vale ser esquerdista do que direitista. O "esquerdismo", que na verdade é direitismo, parece mais revolucionário que o realismo, mas nos opomos a ele. Tem algo de burguês, de espírito de bando.

Pessoas eminentes e influentes da época do movimento 4 de Maio contavam entre suas fileiras Hou Che, homem de esquerda que mais tarde se converteu em fantoche do imperialismo norte americano. Chen Tuhsiu, igualmente célebre durante o mesmo período, se converteu em contrarrevolucionário. Li Dazhao, escreveu poucos artigos essa época mas trabalhou e se converteu em um revolucionário. Também estava Lu Sin, que aprovou lucidamente as investigações sociais e da independência de espírito e que em seguida se converteu em um grande marxista. A história proporciona lições. Não devemos ser inconstantes. Devemos trabalhar com ardor, ver com clareza e ter estreitos vínculos com as massas. É necessário saber atrair a ideologia pequeno-burguesa, presente em nossas fileiras, à órbita revolucionária. Este é um problema capital para vencer durante a Revolução Cultural.

4. China, base da revolução Fabricamos com rapidez as armas modernas, os foguetes teleguiados e as armas atômicas, e não precisamos mais do que dois anos e oito meses para a bomba H. Nosso desenvolvimento foi mais rápido do que o dos Estados Unidos, França e Inglaterra. Ocupamos o quarto lugar no mundo. Os foguetes e a bomba A são grandes feitos. É o resultado da "ajuda de Khrushchev". Ao retirar seus técnicos, nos forçou a seguir nosso próprio caminho. Deveríamos condecorá-lo.

O imperialismo norte americano está ainda mais isolado. Todos os povos do mundo sabem que este imperialismo é a fonte de todas as guerras. Estão contra ele, incluindo o povo norte americano. O revisionismo soviético se revelou ainda mais, sobretudo na crise do Oriente Médio. Os revisionistas soviéticos utilizaram de novo os procedimentos de Khrushchev: enviaram 2000 experts militares para a República árabe unida. Primeiro, continuaram o aventureirismo e enviaram sua frota de guerra. Depois, obtiveram a informação da RAU que esta não foi a primeira a atacar; pela linha vermelha informaram sobre isto a Johnson (este telefone vermelho não existia na época de Khrushchev) Johnson se apressou para informar para Israel, que lançou um ataque surpresa: 60% da força aérea egípcia foi destruída em terra. A ajuda soviética ascendia a 2,3 milhões, mas finalmente a RAU teve que abandonar a luta. Isto revela como os Estados nacionalistas são traídos.

No momento atual, há uma corrente anti China em muitos lugares, o que dá a impressão que estamos isolados. Na verdade, os antichineses o são porque temem a influência chinesa e da Revolução Cultural. Combatem a China para manter a opressão de seus povos, e para evitar o descontentamento popular. A oposição à China é feita pelo imperialismo norte americano e pelo revisionismo soviético. Isto prova que não estamos isolados, mas que nossa influência através do mundo aumentou consideravelmente. Quanto mais se opõem à China, mais estimulam as revoluções populares: os povos destes países compreendem que a via chinesa é o caminho da libertação. A China não deve ser apenas o centro político da revolução mundial. Também deve se converter no centro militar e técnico.

Recompilação de declarações do camarada Mao feitas em julho de 1967,

difundidas na China em forma de panfletos.

Tradução de Gabriel Duccini

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