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Katayama: "Um apelo ao proletariado de todo o mundo!"


Aos operários e camponeses do mundo! Camaradas! Contra a vontade e o desejo dos operários e camponeses do Japão, o governo japonês enviou um grande exército à Sibéria para se opor ao Exército Vermelho e devastar o país dos trabalhadores. Nós, o proletariado revolucionário do Japão, diante do agressivo governo militarista, somos ainda fracos e incapazes de impedir o massacre desumano do exército imperialista japonês na Sibéria. Esse exército tem perdido a confiança do povo desde a queda do militarismo alemão e da injusta invasão na Sibéria que foi realizada pela camarilha militarista. O povo se deu conta que tal invasão em país vizinho, sem nenhuma causa plausível, traz grandes prejuízos ao Japão. A confiança que um dia existiu no exército hoje está quase que totalmente destruída entre as massas trabalhadoras japonesas, devido ao movimento antijaponês mundial, responsável por fazer esses trabalhadores compreenderem a crescente impopularidade causada especificamente pelo exército imperialista japonês e suas ações desumanas na Sibéria, China e Coreia. Os operários e camponeses do Japão se opuseram à intervenção japonesa na Sibéria. Quando o Japão enviava o primeiro exército para invadir a Sibéria, comandado pelo General Otani, que deveria ser o único comandante de todos os exércitos aliados na Sibéria, os operários e camponeses mostraram – ainda que de maneiras vagas – sua relutância em apoiar uma guerra estrangeira por meio das já históricas manifestações por comida, os maiores levantes do Japão, que tomou dois terços da totalidade do território nacional, centrado em torno de 142 cidades e vilas. Esses grandes levantes começaram em uma vila de pescadores no nordeste do Japão, em 3 de agosto de 1918, durando 45 dias e se espalhando como fogo por todo o país em poucas semanas. Estima-se que o número de pessoas envolvidas nas manifestações ultrapassou os 10 milhões, e que dentre elas 90% eram proletários. Esse evento, entre outros, impediu o governo de enviar um exército de 1 milhão de soldados para a Sibéria. Não obstante, eles enviaram 70 mil soldados ao invés dos 7 mil que haviam acordado com os criminosos aliados capitalistas. O governo tem enganado os operários e camponeses pelo período de 4 longos anos. Primeiro, dizia que era para “ajudar os checoslovacos”. O exército japonês têm constantemente perturbado a paz e a ordem, entretanto, para manter a aparência de razoabilidade e o exército em ação, eles inventam um pretexto: “É para proteger as vidas e propriedades dos cidadãos japoneses na Sibéria”. Mas há poucos japoneses que não estejam conectados com o exército invasor, a exemplo de comerciantes que mantém negócios parasitários com o Exército e os soldados. Então, o exército tramou um esquema, um Sarajevo em escala gigantesca em Nikolaievsk. Eles obtiveram sucesso e agora o governo japonês está demandando uma grande indenização por conta do chamado “massacre de Nikolaievsk”, a fim de obter algumas concessões para satisfazer suas ambições e projetos imperialistas na Sibéria. Agora, por causa da força conjuntural e pressão externa e interna do povo, o governo japonês iniciou negociações de paz com a República do Extremo Oriente em Dalny; mas para manter o exército na Sibéria, as propostas mais audaciosas, ultrajantes e impossíveis foram colocadas na mesa de negociação por esse governo. Como resultado da Conferência de Gênova, os aliados concordaram em não atacar um ao outro até a Conferência de Haia relatasse a situação econômica. Com isso, concordaram todos os países aliados, exceto o Japão. A razão dada pelo representante japonês, o sr. Ishii, revela os mais francos projetos imperialistas na Sibéria. O embaixador Ishii é o porta-voz mais intolerante, burocrático e militarista do imperialismo japonês. Ele representa apenas os poderes econômicos da grande burguesia e dos militares do imperialismo japonês. A grande maioria das pessoas e a totalidade dos proletários do Japão se opõem à posição assumida por Ishii. Mas os militaristas e a grande burguesia controlam o país. O atual ataque ao Exército Vermelho Siberiano é o último ato desesperado do imperialismo japonês para matar a oposição determinada do povo e uma tentativa de reconquistar a confiança que o exército teve no passado. É uma bem conhecida política napoleônica das autoridades militares do Japão para desviar a atenção da nação das terríveis condições domésticas para o campo internacional, que de modo geral é menos conhecido pelo povo. O governo reacionário e seus aliados desejam lançar uma cortina de fumaça em torno de seus anseios imperialistas na Sibéria, assim, estão realizando assassinatos deliberados contra o Exército Vermelho na Sibéria e devastando o já empobrecido país dos operários e camponeses, justificando-se com razões distorcidas que são relatadas ao público por meio da imprensa prostituída do Japão. Proletários do mundo! Esse ultrajante invasão dos imperialistas japoneses na Sibéria só pode ser impedida por sua ação neste momento crítico. Nós, os membros do Partido Comunista e os operários e camponeses revolucionários, somos ainda francos diante desse poderoso inimigo imperialista, ainda que estejamos lutando contra eles de todas as formas possíveis. Nós pedimos que vocês realizem a mais determinada propaganda contra a conduta do governo japonês na Sibéria. É apenas o proletariado do mundo que pode parar a guerra assassina dos imperialistas japoneses. Como vocês sabem, as nações capitalistas do mundo estabeleceram sua unidade contra os operários e camponeses de todo o mundo, especialmente no extremo oriente – a unidade da exploração capitalista conjunta dos Aliados, particularmente na China. Por isso o imperialismo japonês, ao ter de renunciar à sua posição especial na China, obteve territórios na Coréia, Manchúria e Sibéria na Conferência de Washington. O que o Japão concordou relutantemente em Gênova, isto é, uma cláusula de não agressão assinada por conta da pressão da opinião pública e a crítica severa da delegação russa, dificilmente será capaz de parar a luta contra os siberianos, a menos que o proletariado do mundo obrigue o Japão a fazer isso por meio de ações excepcionais e grandiosa propaganda. Diante de tão extraordinárias circunstâncias e considerando a situação critica da Rússia, nós, a guarda avançada do Partido Comunista do Japão e os trabalhadores revolucionários, aprovamos e endossamos cordialmente a resolução adotada por seis milhões de trabalhadores britânicos – PARA BOICOTAR PRODUTOS JAPONESES ENQUANTO O JAPÃO MANTER O SEU EXÉRCITO NA SIBÉRIA. Nós sinceramente desejamos que isso seja um objetivo imediato da propaganda mundial e uma ação pronta entre os trabalhadores ingleses. A França e os Estados Unidos da América, onde os interesses dos exportadores japoneses são vitais, juntamente com o proletariado chinês e indiano, sabemos muito bem que, com esse boicote, o proletariado japonês sofrerá muito, mas sofreremos com o proletariado japonês, porque isso será um duro golpe contra o imperialismo ao mesmo tempo em que fortalecerá imensamente a posição do proletariado japonês. Ao enfraquecer o imperialismo japonês por meio do boicote, o proletariado japonês ganhará experiência, aprenderá a mais valiosa lição sobre a unidade dos trabalhadores de todo o mundo e irá combater mais prontamente contra todo o imperialismo e militarismo! Proletários do mundo! Nós queremos que vocês ajam de uma só vez pela mais vigorosa propaganda contra os ataques japoneses aos operários e camponeses russos na Sibéria. Sem dúvida o capitalismo imperialista da Europa e dos Estados Unidos desejam enfraquecer a posição dos soviéticos na Sibéria e deixar que a Rússia Soviética concentrar toda a sua atenção no oriente distante para domesticar a sua rígida diplomacia e, possivelmente, conseguir alguma chance para deixar que os países fronteiriços ataquem a República Soviética. Para essa frente única dos imperialistas contra os trabalhadores da Rússia, a Segunda e a “Segunda e meia” Internacional estão dando seu apoio. Agora, as duas internacionais traidoras estão abertamente a sabotar o Congresso Mundial do Trabalho que visa ao estabelecimento de uma frente mundial de trabalhadores contra a ofensiva capitalista contra o proletariado da Rússia e de outros países. Proletários do mundo! Vocês veem a presente agressão e os brutais ataques contra o proletariado russo na Sibéria fazem parte da ofensiva capitalista contra a Rússia Soviética e prejudicam os interesses não apenas do proletariado russo, mas também de todo o mundo! Os operários e camponeses japoneses conscientizados com relação à sua condição de classe estão lutando contra esse poderoso imperialismo por meio de greves, sabotagens, manifestações e demonstrações revolucionárias contundentes, estão demandando o reconhecimento do governo da Rússia Soviética e a Ditadura do Proletariado do Japão, tendo sido este o slogan do 1º de maio deste ano. Camaradas do mundo! É a mais urgente das situações a que estamos agora. Uma vez mais pedimos para que vocês nos ajudem nesse momento de luta contra o imperialismo japonês e também das forças aliadas, tendo em vista ajudar os operários e camponeses da Rússia Soviética. Nós queremos sua imediata cooperação e ação contra o imperialismo japonês que está agora atacando os pobres e desamparados siberianos no Extremo Oriente! Abaixo o imperialismo japonês e mundial!

Vida longa aos operários e camponeses da Rússia Soviética!

Vida longa ao Exército Vermelho da Rússia Soviética!

Vida longa ao Partido Comunista do Japão e ao Comunismo Internacional! Moscou, maio de 1922 Assinado pelo Comitê Executivo do Partido Comunista do Japão Escrito por Sen Katayama

Traduzido pela Equipe de Traduções do Nova Cultura

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