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O Socialismo Científico de Marx e Engels e o combate às ideias antiproletárias


Breve História do Movimento Operário VII

As mudanças, em meados do século XVIII, ocorridas a partir de invenções como a máquina de vapor e de máquinas destinadas ao processamento do algodão, nas palavras de Friedrich Engels, em A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, “desencadearam uma revolução industrial que, simultaneamente, transformou a sociedade burguesa em seu conjunto”. E a Inglaterra seria o principal palco dessas mudanças. Com a maquinaria, a “partir de 1738 registram-se na Inglaterra contínuos progressos na mecanização da fiação, de enorme importância para o desenvolvimento do capitalismo”, como a primeira máquina de fiação, jenny, “construída em 1764 pelo tecelão James Hargreaves, de Stanhill, junto de Blackburn, no Lancashire do Norte”. A transformação no modo de produção seria revolucionada. Ainda, segundo Engels: “se antes um tecelão ocupava sempre três fiandeiras, não contava nunca com fio suficiente e tinha de esperar para ser abastecido (...) agora havia mais fio do que o número de trabalhadores ocupados podia processar”. Nascia, dessa forma, o modo de produção capitalista.

Como mais tarde falou Marx, a classe operária, surgida dessas inovações e da revolução industrial, seria a coveira da burguesia e do próprio modo de produção capitalista. Revoluções estouraram na Europa entre 1848 e 1850 e as análises de Marx e Engels foram realizadas no calor das lutas de classes.

Um fato a ser destacado na vida de Marx é que – com o início do seu trabalho e suas denúncias contra a exploração – o governo da Prússia (região da Alemanha) começa a persegui-lo, expulsando-o do território prussiano. Seria o início da vida, forçada, no exílio em vários países europeus (Bélgica, França, Inglaterra). Esta situação, de exílio forçado, faz com que Marx venha a ter contato com Friedrich Engels. Vejam só: a decisão autoritária do governo prussiano promoveu o encontro histórico dos dois fundadores do Socialismo Científico.

A luta de Marx e Engels no campo ideológico deu-se no sentido de combater as ideias estranhas ao proletariado, como, por exemplo, o anarquismo, ideologia pequeno-burguesa, de Proudhon. Com a sua Filosofia da Miséria, o anarquista francês considerava que o mal não estava na propriedade privada, considerada uma “instituição justa”, em si ou na questão da troca, mas, na grande propriedade privada que engolia a pequena. O capitalismo, para Proudhon, não era o principal a ser combatido, mas, sim, segundo ele, o reacionarismo do capitalismo é que deveria se combater. Esse tipo de ideia causava uma confusão grande no proletariado, atrasando ainda mais a luta.

Para desmascarar Proudhon, Marx resolveu escrever em 1847 uma espécie de resposta ao anarquista: Miséria da Filosofia. A crítica marxista, impiedosa, apresenta, nesta obra, uma análise cientifica do caráter antagônico do modo de produção capitalista e acrescentava que Proudhon e seus adeptos estão errados ao ver “na miséria apenas a miséria, sem ver aí o lado revolucionário subvertedor, que porá abaixo a velha sociedade”. E insistia sobre a inevitabilidade da revolução social. Em uma das cartas escritas a Marx, datada de 23 de outubro de 1846, Engels, referindo-se a uma reunião com duas dezenas de marceneiros artesãos, relatava: “Discutimos três noites sobre o proudhonismo. Quase todos, com Grün à frente, estavam contra mim. A coisa principal que eu me via obrigado a demonstrar era a necessidade da revolução violenta (grifo nosso). No final das contas fiquei com raiva e levei os meus antagonistas a se verem obrigados a manifestar-se diretamente contra o comunismo. Exigi quo se votasse sobre se éramos comunistas ou não. Enorme indignação dos grünistas, que passaram a afirmar que só tinham se reunido para discutir sobre o bem da humanidade e que não era nesse caso necessário saber o que precisamente era o comunismo”. A reunião acabou com 13 votos a dois favoráveis a Engels. Ganhava-se a discussão contra o anarquismo e afirmando-se como comunistas.

Em junho de 1847, realizou-se, com a participação de Marx e Engels, o Congresso de fundação da União dos Comunistas, primeira organização comunista internacional do proletariado, surgida de uma reorganização radical da antiga Liga dos Justos, que era uma sociedade secreta de artesãos alemães adeptos das ideias do socialismo utópico, muito influenciada pelo hegelianismo. Marx e Engels prepararam o surgimento da União dos Comunistas, reunindo previamente em torno de si, através dos comitês de correspondentes comunistas por eles criados, os elementos mais revolucionários do movimento socialista alemão e europeu. O artigo 1º dos Estatutos da União dos Comunistas estabelecia que o objetivo dela era a derrubada da burguesia, a eliminação da velha sociedade burguesa baseada no antagonismo de classes e a criação de uma nova sociedade, sem classes e sem a propriedade privada.

No II Congresso da União, realizado entre novembro e dezembro de 1847, em Londres, os dois teóricos ficaram responsáveis por redigir o primeiro Programa da organização. Nascia, assim, o Manifesto do Partido Comunista, em 1848. O Manifesto do Partido Comunista é a síntese genial dos conceitos essenciais do socialismo cientifico e do materialismo dialético e histórico, elaborados por Marx e Engels. Nele, os dois jovens e ardorosos dirigentes proletários fundamentam a inevitabilidade histórica da queda do capitalismo e, com ela, simultaneamente, a da queda de toda a base material das sociedades estruturadas sobre a exploração de classe, ao mesmo tempo em que estabelecem os elementos característicos fundamentais da sociedade humana livre e feliz que surgirá no futuro. A eliminação do capitalismo é a missão histórica do proletariado como classe coveira do modo de produção capitalista. O Manifesto conclamava em alto e bom som ao mundo: Proletários de todos os países uni-vos!

por Clóvis Manfrini

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