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Comentários preliminares sobre a dialética do Presidente Mao


1. A dialética é o estudo e a formalização teórica (filosófica) das contradições na própria essência das coisas. É o método correto para analisar e expor o movimento das contradições em todas as coisas.

2. A contradição é entendida como simultaneamente a luta e a unidade de contrários, presentes no interior de cada coisa, do começo ao fim de sua existência e em todos os seus momentos.

3. O que é absoluto na contradição, por fim, é a luta; enquanto a unidade é sempre relativa (temporária). Por mais que a luta sempre encerre uma unidade (uma forma), em determinados momentos, a luta necessariamente se impõem em relação à unidade, enquanto o oposto é sempre aparente. A luta é causa, a unidade é consequência.

4. É esta luta que implica no movimento da matéria. A contradição e o movimento são intrínsecos. A contradição (a luta dos contrários) é a causa do próprio movimento.

5. A essência das coisas é a causa das coisas; é sua contradição fundamental, que determina a direção e as leis que regem o movimento desta mesma coisa. Essa contradição fundamental se encontra sempre nas próprias coisas, em sua própria constituição e nunca fora delas. A essência é sempre a base através das quais as contradições-relações exteriores atuarão.

6. As contradições internas, fundamentais, determinarão as mudanças de natureza nas coisas (mudanças qualitativas), mediante a atuação das contradições-relações externas, relativamente contingentes à coisas em questão. As contradições-relações externas por si só, no máximo, podem produzir mudanças superficiais (mudanças quantitativas).

7. As mudanças quantitativas são mudanças meramente exteriores, em questão de deslocamentos ou aumentos e diminuições, expansões e retrações. Ao passo que as mudanças qualitativas são mudanças na natureza dos próprios fenômenos, modificam seus fundamentos e as leis que os regem. A própria causa do fenômeno (sua essência) se modifica, uma vez que a contradição fundamental, na mudança qualitativa, é resolvida, engendrando uma nova unidade e novas contradições (novas causas, que determinam novas leis) em um movimento que não finda jamais.

8. As contradições existem do começo ao fim das coisas, sendo que o que se modifica durante o processo são: o estado da contradição (o quanto se agudizam ou se amortecem os dois contrários, quais métodos empregados nas lutas entre eles, etc.); suas inter-relações com outras contradições exteriores; bem como os aspectos interiores da própria contradição (seus dois contrários), em uma relação sempre dinâmica e complexa que tende, por fim, a transformar a coisa inicial em seu contrário.

9. A universalidade da contradição é a própria unidade e luta dos contrários, que implica em um movimento incessante. A universalidade da contradição são suas leis gerais, presentes em todas as coisas da natureza, sociedade e pensamento. A particularidade da contradição é a eterna complexidade e diversidade do movimento de todas as coisas. São os processos, leis, inter-relações e estados específicos de cada uma das contradições.

10. Ao estudar uma coisa ou fenômeno, deve-se identificar a universalidade e a particularidade desta mesma coisa ou fenômeno. Bem como compreender que a própria particularidade existe em todas as coisas e, portanto, é uma universalidade. Que na particularidade reside a universalidade e que este é outro sentido da universalidade da contradição. Daí também a possibilidade de se extrair leis universais a partir do estudo de uma relação-contradição particular (tal como fez Marx ao revelar as leis gerais do capitalismo estudando sua forma mais elementar: a forma-mercadoria).

11. No interior de uma mesma contradição os dois aspectos opostos (os dois contrários que formam uma luta e uma unidade) estão em constante relação e transformação, sendo que há sempre um aspecto principal, dentre os dois, que influencia de modo mais decisivo.

12. Durante o processo de desenvolvimento (aguçamento) de uma contradição, o aspecto inicialmente fraco vai se fortalecendo, ao passo que o seu contrário, inicialmente forte e que até então era o aspecto principal definha, até o ponto onde se transforma em seu contrário (mudança qualitativa). O aspecto inicialmente fraco, então, se sobrepõem e se torna o novo aspecto principal da contradição, enquanto o aspecto anteriormente forte passa a posição subordinada, acelerando seu desaparecimento em favor do novo (da nova unidade e luta que surgiu).

13. Em um mesmo fenômeno ou movimento da realidade – como em um movimento revolucionário de um determinado país – existem múltiplas contradições, que devem ser entendidas em suas particularidades; em seus próprios movimentos de transformação quantitativa e qualitativa; bem como na inter-relação entre elas, sendo que uma contradição se apresentará necessariamente como a principal, exercendo influência determinante sobre as outras.

14. O antagonismo é uma das formas de luta possíveis na contradição. É a luta que se apresenta quando o processo de desenvolvimento da contradição já está avançado e, portanto, está aguçada ao máximo. É quando os contrários não se toleram e se digladiam em um conflito aberto, com vistas a sobrepujar o outro. É o tipo de luta que antecede uma transformação qualitativa.

15. Uma contradição, via de regra, inicia-se como não-antagônica e na medida em que a luta-relação dos contrários vai gerando seu movimento (em termos quantitativos, de deslocamentos, aumentos e diminuições ou expansões e retrações), ela tende a agudizar-se até tornar-se antagônica, precipitando a necessidade de um movimento de ruptura (mudança qualitativa). Porém, em determinadas condições, é possível também o oposto: uma contradição até então antagônica se tornar temporariamente não-antagônica.

G. Nogueira

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HISTÓRIA DAS
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