Trabalhadores da Petrobras farão greve nacional por tempo indeterminado

Os trabalhadores da Petrobras, através da Federação Única dos Petroleiros (FUP), protocolaram hoje, terça-feira, 1º de setembro, um comunicado deflagrando Greve nacional por tempo indeterminado a partir desta sexta, 4 de setembro. A greve abrangerá todas as unidades administrativas e operacionais da empresa, bem como instalações da Transpetro. Os petroleiros se levantam contra o Programa de Negócios e Gestão (PNG) apresentado pelo Conselho Administrativo da empresa e que prevê desinvestimentos, eufemismo para privatizações, no valor de 57.7 bilhões de dólares.
Durante o mês de julho a FUP e seus sindicatos construíram uma jornada de lutas que contou com mobilizações de diversos tipos, bem como a deflagração de uma greve de 24 horas que aconteceu no dia 24 daquele mesmo mês. Como parte desta jornada, a FUP entregou à Petrobras uma Pauta de reivindicações, contendo suas análises e propostas alternativas para solucionar as atuais dificuldades que a empresa atravessa. A pauta entregue inclui a recomposição integral do quadro de funcionários, a manutenção do controle total da BR Distribuidora, dos investimentos em pesquisa e produção de conteúdo nacional, bem como o término de obras estratégicas para a empresa, hoje ameaçadas pelos desinvestimentos em curso.
Diante da indiferença do Conselho Administrativo, que silenciou sobre a pauta entregue pelos petroleiros, a ferramenta da greve se apresenta como a única capaz de mobilizar os trabalhadores da empresa em resistência às investidas entreguistas que a assolam.
São os próprios trabalhadores da Petrobrás aqueles que, acima de todos, pagam o preço pelo sucateamento que acontece na empresa. Além de vergonhosos cortes na capacitação e formação dos funcionários, a empresa amarga dezenas de milhares de demissões desde o início da operação Lava-Jato.
Portanto, como diz a FUP em nota: “Não é só o patrimônio da Petrobrás e a soberania nacional que estão em risco. Trata-se também de preservar empregos e direitos. Os petroleiros já viram esse filme antes, nos anos 90, quando lutavam a cada campanha para não perder direitos. Naquela época, a Petrobrás só não foi completamente privatizada porque a categoria se impôs, através da histórica greve de maio de 1995. Vinte anos depois, os petroleiros enfrentam desafios semelhantes, que exigem a mesma coragem e resistência.”
Deverão ser os petroleiros, uma vez mais, a nos servirem de exemplo inestimável de força e determinação neste momento tão crítico – Não só para a Petrobrás, mas para todo o Brasil – do desenvolvimento da luta de classes em nosso país.
por Guilherme Nogueira